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O adolescente que queria ser um serial killer

James Fairweather diz ouvir vozes que o compelem a matar
 

Primeiro, um homem foi encontrado morto com mais de cem facadas em um parque da cidade de Colchester, no nordeste da Inglaterra. Depois, uma jovem saudita foi achada com 16 facadas, inclusive nos olhos, ao lado de uma pista de caminhada movimentada.

Teorias sobre quem seria o assassino se multiplicaram. Nenhuma era tão surpreendente quanto a verdade.


Apenas 13 dias após o segundo crime, a polícia estava interrogando um adolescente de 15 anos. Ele era uma das 70 pessoas do norte do condado de Essex que foram para prestar depoimento sobre as mortes de Nahid Almanea, em junho de 2014, e de James Attfield, ocorrido três meses antes.

Todas tinham passagem pela polícia por terem cometido crimes usando facas. James Fairweather estava sob a supervisão de uma corte de delitos juvenis por um roubo a mão armada em janeiro daquele ano, quando levou charutos de uma loja.

Ele prestou depoimento voluntariamente, com sua mãe ao lado, disse à polícia que estava em casa na hora das mortes e foi liberado. Mal sabiam os policiais que haviam acabado de deixar o autor dos dois assassinatos ir embora.

James Attfield foi morto com 102 facadas em um parque

Os assassinatos

A violência do ataque a James Attfield impressionou até os policiais.

Ele sofreu mais de cem ferimentos a faca quando foi atacado no Castle Park, em março de 2014. Seu corpo estava coberto por sangue e por ferimentos terríveis demais para serem descritos aqui. Ainda estava vivo quando foi achado, mas morreu ainda no local, enquanto os paramédicos tentavam salvá-lo.

Três meses depois, Nahid Almanea, uma estudante da Universidade de Essex de 31 anos, foi encontrada morta em meio ao mato ao lado de uma pista de caminhada, a trilha Salary Brook, próxima de sua casa. Ela havia levado diversas facadas – ambos os olhos haviam sido apunhalados.

Dois assassinos ou um?

"Não sabíamos o que pensar", diz Tim Young, membro do conselho local e morador da área onde a jovem saudita foi morta. "As pessoas ficaram preocupadas, porque poderia ocorrer de novo."

Attfield e Almanea eram vítimas muito diferentes – um era homem branco britânico e a outra, uma mulher muçulmana. Ela foi morta de noite e ele, durante o dia.

Para a cidade de Colchester, as mortes representavam um dilema cruel. Ou havia dois assassinos à solta ao mesmo tempo, ou um único assassino que não parecia ter predileção especial por um tipo de vítima específico.

As pessoas logo passaram a evitar os vários parques e áreas verdes de Colchester. A vegetação alta foi cortada para não dar aos autores (ou autor?) dos ataques locais para se esconderem.

"Havia várias teorias sendo debatidas, mas acho que havia um sentimento genuíno de que, quem quer que fosse responsável, não era local", diz Young. "Como alguém que vive na região seria capaz disso?"

Inspeção da cena do crime revelou poucas pistas sobre o autor

A investigação

A polícia fez, então, diversos apelos públicos. "Havia poucas evidências forenses ou físicas coletadas nas cenas dos crimes ou dos corpos para que os policiais tivessem uma linha de investigação que levasse a qualquer indivíduo", afirma o promotor Paul Scothern, que viria a acusar Fairweather.

Os investigadores queriam interrogar "seis homens misteriosos" registrados por câmeras de segurança, uma mulher que havia sido mencionada por James Attfield em uma rede social e um casal que estava sentado em um banco.

E, com a morte de Almanea, veio uma nova rodada de apelos, várias prisões e um pedido por informações sobre um homem bronzeado que usava uma jaqueta com um estilo caracteristicamente italiano e por um homem que vestia um agasalho vermelho com capuz.

Nas redes sociais e na imprensa ao redor mundo, logo surgiram comentários que ligavam a morte da jovem muçulmana à sua religião. Havia teorias de que seu assassinato tinha motivações religiosas ou raciais.

Na verdade, como os jurados do caso ouviriam depois, Almanea foi morta por estar no lugar e na hora errados. "A escolha dos alvos foi totalmente aleatória", diz Scothern. "A intenção do criminoso era sair e matar alguém. Não havia uma condição específica para quem, onde ou quando."

A terceira vítima

Tudo voltou à normalidade, até que, quase um ano depois, Michelle Sadler levou seu cão para passear no meio da manhã de 27 de maio. Ela viu um rapaz com óculos de aros grossos e escuros parado sozinho em uma passarela perto de onde Almanea havia sido morta.

Ela pensou que ele agia de forma suspeita e sentiu-se "intimidada e ansiosa" com sua presença. Muitas pessoas simplesmente ignorariam esse encontro, mas Sadler decidiu avisar à polícia. O suspeito era James Fairweather.

Quando o policial Scott Lumir chegou dez minutos depois, Fairweather disse que havia saído para caminhar e clarear a mente. Ele disse que "não estava se sentindo muito bem". O policial perguntou se ele levava algo que não deveria.

Sim, respondeu o jovem, que usava luvas emborrachadas e tinha uma faca no bolso. Fairweather foi preso, e no interrogatório veio à tona que ele estava atrás de uma terceira vítima.

Mas por que esperar 11 meses para isso? O assassino disse que os dois primeiros assassinatos tinham despertado um nervosismo nas pessoas. Isso, segundo ele, dificultou a busca por um novo alvo.

Logo, a polícia havia falhado ao não prendê-lo após interrogá-lo pouso depois da morte de Almanea? O promotor Scothern diz acreditar que não.

"Ele foi um dos que compareceu prontamente à delegacia para depor, e o que ele disse pôde ser verificado até certo ponto", afirma. "Não havia nada que apontasse sua ligação com atos que fossem motivo de preocupação. Era uma investigação com um escopo muito grande."

O estripador de Yorkshire e a coleção de DVDs

Fairweather tinha um DVD sobre o estripador de Yorkshire, Peter Sutcliffe

Os registros escolares de Fairweather dão conta de um menino "que tinha empatia pelos outros". Mas, quando o psiquiatra Simon Hill o avaliou em agosto passado, o jovem descreveu alguns dos "pensamentos mais antissociais e violentos" com os quais o médico havia se deparado em sua carreira.

Ele disse ouvir vozes que o mandavam colocar fogo em bebês e expressou ódio por prostitutas, dizendo que essas mesmas vozes lhe pediam que arrancasse suas línguas. Também contou como seu professor o fez ficar com raiva e como ficou empolgado com a ideia de feri-lo e jogar ácido em seu rosto.

De certa forma, a escalada de violência podia ser notada na escola. Fairweather era às vezes alvo de gozação por causa de suas orelhas e causava "um pouco de problemas", além de ser descrito como um "garoto espertinho" que faltava com frequência. Professores descreveram episódios em que ele chutou, esmurrou e jogou para longe móveis escolares.

Mas não havia algo que indicasse que ele viria a ser um assassino.

Depois da prisão, a polícia fez buscas em seu quarto e encontrou um DVD sobre o estripador de Yorkshire, Peter Sutcliffe (clique AQUI para saber mais sobre ele), e um livro chamado Os Piores Crimes do Mundo. Em seu telefone, foi achado um artigo sobre os "cinco assassinos em série terríveis que estão livres hoje".

Mas, apesar desse interesse no tema, diz Scothern, "isso por si só não é um indício de que alguém quer se tornar um assassino em série ou copiar esses crimes". "Basta ver uma livraria – a seção sobre o tema é repleta de títulos."

'Estava em fúria'

Fairweather disse que apunhalou os olhos das vítimas para que elas não vissem 'o mal'

Ao descrever os assassinatos para os detetives, Fairweather disse que havia saído escondido de casa por volta da meia noite e encontrou Attfield deitado bêbado na grama. Ele contou que as vozes disseram que o homem era "o alvo".

Attfield soltou um grito intenso, disse ele, "que o atravessou" e suplicou "pare, pare" ao receber os primeiros golpes no seu estômago e cabeça.

"Estava usando muita força. Estava em fúria. Durou dois ou três minutos. Quando você fica neste estado e ouve vozes rindo de você, a força vem naturalmente. Eu o apunhalei na cabeça. Errei um golpe na lateral. Atingi seu olho, e espirrou muito sangue. Pensei que estava morto."

Ele também recordou como surpreendeu Almanea com uma baioneta de 25 centímetros. "Ela estava caminhando para longe de mim e não me notou. Saquei a baioneta e mirei nos seus rins. Ela cambaleou. Era uma faca longa e, obviamente, a atravessou. Atingi seu olho e a matei instantaneamente. A faca atingiu o cérebro."

Mas, por que os olhos? Fairweather disse que era para que a vítima não conseguisse "ver o mal".

'Ele queria ser um serial killer'

O promotor Paul Scothem diz acreditar que o rapaz queria continuar matando

O adolescente alegou inocência ao dizer que não era responsável pelas mortes, já que sentia-se compelido a matar pelas vozes e visões que tinha.

Scothern disse que alguns dos argumentos eram "muito semelhantes" a fatos conhecidos sobre "outros assassinos em série e motivos apresentados por eles durante seus julgamentos".

Mas, durante o julgamento de Fairweather, vários psiquiatras afirmaram ser possível crer que ele de fato ouvia vozes. Entre outras razões, por causa de uma predisposição genética para doenças mentais. Seu pai havia tido o problema, inclusive ouvido vozes em sua cabeça.

Não foram assassinatos por impulso, diz Scothern, para quem Fairweather saiu de casa com a intenção de matar, escolheu suas vítimas e depois, de forma deliberada, não deixou pistas. E o rapaz não tinha planos de parar.

"Ele expressou ter intenção de continuar com os atos." E o fato de ele estar usando luvas quando foi preso sugere, segundo o promotor, que o rapaz queria evitar ser identificado "pelo máximo de tempo possível".

"É razoável dizer que ele queria se tornar um serial killer."

Médium divulga declarações do "espirito da princesa Diana"

Na semana em que sua morte completa duas décadas, a princesa Diana voltou aos holofotes dos noticiários. E, segundo o médium Ryuho Okawa, a princesa morta tem uma mensagem para o mundo.


Okawa é líder espiritual da seita Happy Science, com base no Japão. Ele garante ter conversado com o espírito de Diana no começo de julho. A “entrevista” que ele alega ter feito estará em livro que ele planeja lançar em breve.

Nas mensagens atribuídas por ele a Diana — e que já foram divulgadas —, a princesa fala sobre seu acidente, sobre o destino da monarquia britânica e até sobre Kate Middleton, casada com seu filho William.

Veja trechos da suposta entrevista:

Sobre o príncipe Charles

“No começo, ele me amava. Mas depois do casamento, ele não tinha amor verdadeiro porque a minha beleza era apenas um acessório”

Sobre Kate Middleton

“Catherine é muito boa comigo. Sinto isso”

Sobre a Rainha e a possibilidade do filho William ser rei
“Ela [rainha] é talvez uma grande mãe. Mas ela é a última, a última luz da Inglaterra. Receio que a Inglaterra experimente outra revolução. Assim, não posso imaginar que a Família Real exista pra sempre”

Sobre o acidente de carro que causou sua morte

Em um primeiro momento, Okawa lembra o acidente e pergunta a Diana se ela tem alguma memória da ocasião. Essa é a resposta que o médium diz ter obtido:

“Houve um acidente de carro e eu fui levada a um hospital. Eu dormia, dormia, dormia, mas ainda estava viva”.

Na sequência, o médium afirma que Diana é um fantasma e recebe, segundo ele, ela reação:

“Não! Céus, não! Não, não, não, não, não! Não gosto de fantasmas! Não, não, não, não! É um sonho, um pesadelo! Eu tenho um túmulo na Inglaterra, é claro, mas não vivo nesse túmulo!”

Fonte: Yahoo

VEJA TAMBÉM: O KERIAL KILLERS QUE FICOU FAMOSO COMO O EMASCULADOR DE MENINOS NOS ESTADOS DO PARÁ E MARANHÃO AQUI

O Serial Killer responsável por 42 mortes e de ser emasculador de meninos

A nossa saga de histórias de serial killers ainda continua. Abaixo você ler a história de um monstro que atacou crianças no interior do Pará e Maranhão.


Os olhos são mansos. A pele é morena clara e o corpo franzino, de apenas 1 metro e 62 centímetros de altura. Nada assusta no mecânico Francisco das Chagas Rodrigues de Brito, de 38 anos. Mas ele é, possivelmente, o maior assassino em série da história brasileira. É acusado de ter violentado, assassinado e mutilado 42 meninos durante 15 anos no interior do Pará e na capital do Maranhão, São Luís. Na madrugada da quarta-feira, foi condenado a 20 anos e oito meses de reclusão por apenas uma das mortes, a do menino Jonnathan Silva Vieira. Os outros assassinatos ainda irão a júri. São mais 41 histórias de horror a ser contadas.
Chagas é acusado de ter espalhado terror pelo norte do Brasil. Nascido no interior do Maranhão, morou na cidade paraense de Altamira. Aos 21 anos, teria começado a matar. Em Altamira, teriam sido 12 garotos. Outros três sobreviveram, arrastando-se da mata ensangüentados. Mas ficarão marcados para sempre pela emasculação. Depois, de volta a seu Estado natal, Chagas foi morar na capital. Instalou-se numa área de moradias populares conhecida como Jardim Tropical. Atacava pela vizinhança. Teria começado em 1991. E teria seguido, sem levantar suspeitas, durante oito anos. Uma das vítimas, o menino Daniel Ferreira Ribeira, de apenas 4 anos, foi retirado de dentro de casa enquanto o pai dormia. Chagas chegou a atuar como voluntário na reconstituição realizada pela polícia. "Era para meu filho estar agora com 7 anos", diz Mônica Regina Ferreira, mãe de Daniel. "Essa dor eu vou levar comigo para sempre." 

Chagas só foi preso em dezembro de 2003, após a morte de um garoto de 14 anos que morava perto de seu trabalho. Ele havia chamado Jonnathan Silva Vieira para catar açaí na mata. Antes de sair, o menino avisou à irmã mais velha para onde e com quem iria. Quando a polícia começou a investigar o desaparecimento de Jonnathan, Chagas tornou-se o principal suspeito. Em sua casa, os investigadores descobriram cadáveres de outras vítimas, inclusive Daniel. "Com o julgamento, minha luta chegou ao fim", diz Rita de Cássia Gomes da Silva, mãe de Jonnathan. "Já posso pensar em reconstruir minha vida. Nesses quase três anos, perdi meu emprego de cozinheira, pois não conseguia fazer mais nada. Agora, quero me mudar daqui. Esse sempre foi o sonho do Jonnathan, que eu não consegui realizar quando ele estava vivo."
No início, ninguém imaginou a possibilidade de assassinatos em série. "Trabalhamos com as hipóteses de tráfico de órgãos, magia negra e até ações de terror", diz o promotor de Justiça Samarone de Souza Maia, que atuou na acusação no caso de Jonnathan. "A lição para mim é que o sistema judicial brasileiro não está preparado para esse tipo de criminoso." Para começar, a polícia teve dificuldade em provar a culpa de Chagas em todas as mortes com características semelhantes. Recorreram à pesquisadora Ilana Casoy, do Núcleo Forense do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo. Ela traçou o perfil psicológico do provável homicida e comparou-o com o de Chagas. 
Os especialistas afirmam que cada assassino em série tem uma marca própria. Sua assinatura. (Atenção. Aqui serão descritas algumas atrocidades. A história pode ser seguida a partir do próximo parágrafo, sem prejuízo do entendimento.) A assinatura dos homicídios de Chagas era a emasculação das vítimas - sempre meninos, de no máximo 14 anos. Segundo os peritos, ele extraía os órgãos genitais dos meninos com uma faca. Antes estrangulava os meninos até que desmaiassem e abusava sexualmente deles. A morte se dava no estrangulamento ou depois, por hemorragia. Segundo o inquérito policial, Francisco levava os garotos para matas fechadas, convencendo-os a colher frutos ou caçar passarinhos. Depois de matá-los, realizava um estranho ritual. Com um cone feito de folhas verdes, coletava sangue no ferimento da emasculação. Caso fosse necessário, fazia novos furos no corpo até encher o cone. Desenhava uma cruz no chão e a cobria com o sangue do menino morto. O órgão masculino era envolto num pedaço da camisa da vítima e jogado na água. Podia ser um rio, lagoa ou mar. Não raro, pequenos pedaços do corpo também eram amputados: orelhas, dedos, panturrilhas, mãos ou mamilos. O cadáver era coberto com folhas de tucum, sempre tucum - uma espécie de palmeira espinhenta comum na região.

As características do crime indicam a atuação de um doente. Ele afirma que escutava vozes e via um ser branco flutuando a cerca de 40 centímetros do chão a mostrar sua próxima vítima. Mas testemunhas contam que Chagas não fazia o tipo esquisito. "Era querido na vizinhança pobre onde morava", diz a psicóloga Maria Adelaide de Freitas Caires, também do Núcleo Forense do HC. Ela fez o laudo psicológico de Chagas. "Solícito, ele levava os doentes aos hospitais, comprava remédio, ajudava a limpar o terreno do vizinho. Já tinha se candidatado a presidente da associação dos moradores quando foi descoberto", afirma. A psicóloga atestou que Chagas tinha, até certo ponto, consciência de seus atos. Por quatro votos a três, o júri o considerou semiimputável. Isso significa que ele é juridicamente responsável por seus atos, mas pode ter redução de até dois terços da pena. O juiz concedeu-lhe redução de um terço. Não fará muita diferença, porque as penas são cumulativas e os próximos julgamentos devem garantir que Chagas passe o resto de seus dias na prisão. "A gente está unida, todas as mães", diz Mônica Ferreira, mãe de Daniel. "Vamos fazer o que for preciso para deixar esse assassino apodrecer na cadeia."
O que faz uma pessoa solícita e querida em sua comunidade cometer atos monstruosos? Segundo os especialistas, não há explicação. Os assassinos seriais são um fenômeno mundial. Fazem-se filmes sobre eles, como O Silêncio dos Inocentes, de 1991, vencedor de cinco Oscars. Mas ninguém os entende. "Eles não se classificam como psicopatas, depressivos, nem nenhuma das patologias conhecidas", diz a psiquiatra Ilana Casoy. "Ainda há pouco estudo sobre eles." Mesmo assim, a infância de Francisco sugere algumas respostas. Menino pobre, o caçula de cinco filhos de agricultores, ele perdeu a mãe aos 4 anos. Foi criado pela avó materna, que lhe dava surras com cipó, segundo ele e uma irmã. "A avó colocava um papel na parede onde ia anotando os atos merecedores de castigo. Quando chegavam a oito, o próprio garoto tinha de ir na mata buscar o cipó com o qual seria surrado", diz a psicóloga Maria Adelaide. Chagas afirmou durante o julgamento que sofreu abuso de um rapaz 15 anos mais velho, que a avó levou para dentro de casa. Isso teria ocorrido pelo menos três vezes. 
O abuso teria contribuído para o desvio de personalidade de Francisco? Ilana Casoy diz que sim. "Em mais de 80% dos casos de criminosos em série houve abuso sexual na infância." No caso de Chagas, as vítimas tinham sempre as mesmas características - físicas e sociais - que ele um dia teve. Eram meninos franzinos e pobres. "Em cada vítima, Chagas via a criança que foi", diz Maria Adelaide. "Ele queria matar o próprio passado." Chagas afirma que nunca sentiu remorso pelos assassinatos. Nem tinha pena das vítimas ou de suas famílias (leia a entrevista). As declarações de que ouvia ordens de uma voz seriam uma forma de ele responsabilizar alguém, uma força superior, pelo que fez. "Fica mais fácil viver consigo mesmo", diz Ilana. Outra característica de Chagas é a inteligência. Ele concluiu apenas a primeira parte do ensino fundamental (a antiga 4a série primária). Mesmo assim, fala com desenvoltura e um universo vocabular acima da média de seu grupo social. O teste de coeficiente de inteligência (QI) indicou pontuação de 105 - um nível considerado excelente para quem tem seu histórico.
Os policiais dizem que Chagas fazia uma espécie de jogo com eles. Seus relatos sobre as mortes seguiam um ciclo de evolução. Primeiro, ele dizia não se lembrar de nada. A cada descoberta do inquérito com que era confrontado, afirmava: "Aí, você me pegou nessa". E dava uma nova informação como "prêmio" aos investigadores. Os psicólogos não têm dúvida de que ele tenha matado todos os 42 meninos. Citam a "assinatura" peculiar de cada homicida em série. E afirmam que ele não só assumiu os homicídios como identificou os locais das mortes e forneceu detalhes que só poderiam ser descritos por quem participou delas. "Na localização dos corpos, a diferença entre os locais apontados por Chagas e os que foram levantados nas perícias era de apenas 50 centímetros", diz o promotor Maia. Isso levou à revisão de processos antigos. Cinco pessoas haviam sido presas pelos assassinatos no Maranhão, e uma delas tinha sido condenada. Os processos foram revistos.
Mas o caso não está encerrado. A polícia do Pará não aceita as conclusões dos maranhenses. Lá, o caso é tratado como uma série de 19 vítimas, entre mortes, mutilações e tentativas de violação. Há um processo que julgou sete acusados e condenou seis deles por matar os garotos e mutilá-los em rituais de magia negra. Eles faziam parte de uma seita chamada L.U.S. A presidente da seita, Valentina de Andrade, autora do livro Deus, a Grande Farsa, foi a única absolvida. Hoje, vive na Argentina, onde fica a sede da seita. Dos seis condenados, dois estão presos, três fugiram e suspeita-se de que um deles esteja morto. "Francisco Chagas é uma farsa", afirma Rosa Pessoa, presidente da associação dos familiares das vítimas e mãe de um dos meninos mortos no Pará. "Acreditamos que ele possa fazer parte do grupo que matou as crianças. Mas ele nunca poderia ter agido sozinho. O que está se querendo fazer é acobertar os poderosos", diz. Ela se refere a dois médicos e uma empresária suspeitos dos assassinatos.
O que reforça a tese dos paraenses é que houve pelo menos cinco ataques parecidos em Altamira quando Chagas já estava no Maranhão. Levado a Altamira para ajudar a localizar os corpos de desaparecidos, ele indicou um local errado. "Só havia ossadas de animais no lugar que ele mostrou", diz Maria Raimunda dos Santos, tia de um dos meninos mortos. Ela integra um comitê em defesa da vida das crianças altamirenses, formado após a tragédia por parentes das vítimas. Uma hipótese é que Chagas tenha tido contato com os membros da seita, aprendido sua técnica macabra e replicado os assassinatos no Maranhão. Chagas afirma que conhecia apenas de vista um dos condenados pelas mortes no Pará. "Ele é um dos culpados", diz Antônia Melo, do comitê. "O que as famílias querem é que todos os condenados sejam presos." 
Na prisão, Chagas diz sentir que Deus "ainda tem alegria" para ele Francisco das Chagas recebeu ÉPOCA no presídio de segurança máxima de São Luís, na cela isolada em que vive há nove meses. A direção da casa teme que os outros presos o ataquem, se tiverem contato com ele.

ÉPOCA - Foi justa sua condenação?
Francisco das Chagas 
- A Justiça está fazendo o trabalho dela e foi correta. Só que, no meu entendimento, é preciso julgar a pessoa pelo lado da solidariedade, pelo lado mais humano. Não só olhar pelo lado da maldade. O que aconteceu comigo pode acontecer com qualquer um. O "bicho" está lá fora solto. Nós todos poderemos ser tentados a qualquer momento.
ÉPOCA - Ao júri, você contou uma versão de uma infância sofrida, sem os pais, com maus-tratos e abuso sexual. Seu passado justifica os crimes que você cometeu?
Chagas 
- Eu não gosto muito de falar da minha infância. Ninguém gosta de falar de sofrimento. Eu não tive carinho de pai, atenção, aquele amor que a criança precisa. Com 4 anos meu pai se largou da minha mãe. Depois minha mãe morreu. Minha avó materna foi criar a gente. Eu fui uma criança que nunca teve o prazer de ganhar um presente. E desejaria que o povo brasileiro pudesse dar atenção a seus filhos. Quando eu tinha 6 anos de idade, minha avó chamou um rapaz para morar lá com a gente. Isso foi uma coisa que eu guardei, escondi da minha família. Por vergonha. Quando minha avó ia fazer compra na cidade, esse rapaz por umas três vezes abusou de mim. Eu contei essas histórias agora porque me perguntaram. Mas não quer dizer que as coisas que aconteceram sejam desculpa para o que eu fiz.
ÉPOCA - Qual era o sentido do ritual nas mortes que você praticou?
Chagas
 - Eu não sou homossexual. Eu me sinto muito revoltado quando me chamam disso. Eu gosto é de mulher, meu negócio é mulher. Isso aí não importa. Eu não praticava sexo com a vítima. Isso não é verdade.
ÉPOCA - A polícia achou sêmen seu...
Chagas
 - Isso não é verdade. Se fosse, eu dizia.
ÉPOCA - Como começaram as mortes?
Chagas
 - Eu nunca tive desejo de fazer mal a ninguém. Sempre fui uma pessoal normal. Quando eu tinha uns 20 anos, comecei a sentir aquela diferença em mim mesmo. Não tinha mais aquele amor. Existia uma voz que falava comigo, sim. As pessoas acham que isso é loucura. Mas não é.
ÉPOCA - Você se arrependeu?
Chagas
 - Quando eu estava naquela confusão, não sentia arrependimento de nada, não. As pessoas dizem: isso é um monstro. Mas isso que aconteceu comigo pode acontecer com qualquer um que está aí fora.
ÉPOCA - Você queria ser perdoado?
Chagas
 - Uma mãe lá no júri disse que podia até me perdoar, mas só depois de fazer picadinho de mim. Como é que uma pessoa dessa Deus pode perdoar? Deus deu seu único filho para o sacrifício. Se a pessoa não perdoa seu próximo, Deus não pode perdoar essa pessoa.
ÉPOCA - Se você não tivesse sido descoberto, voltaria a matar?
Chagas
 - Não sei. Acredito que não. Isso aí tinha uma determinação certa. Agora passou. Eu não sou uma pessoa má.
ÉPOCA - Se pudesse voltar no tempo, o que faria diferente?
Chagas
 - Eu ia ser uma pessoa tranqüila e feliz. Jamais ia fazer uma coisa má com ninguém, pois já sei a reação que existe quando a gente faz uma maldade. Eu sou uma pessoa que ainda pensa em ser feliz. Ainda quero ser um cidadão respeitador. E quero ser respeitado como as pessoas me respeitavam. Eu pensei em dar fim a minha vida. Mas uma coisa me disse que Deus ainda tem alegria para mim. Eu não vou recorrer da sentença. Só quero que Deus me dê outra chance.


Fonte: Época

Foto: Aluno bonitão deixa rosto de professor totalmente irreconhecível

Lucas Mikoliunas na Hull Magistrates Court SWNS

Um professor foi agredido por um ex-aluno com tanta brutalidade que o cirurgião disse que os ossos faciais da vítima pareciam “sucrilhos triturados”.
Christian Dawson, de 40 anos, perdeu a visão durante 24 horas porque foi brutalmente atacado por Lucas Mikoliunas, de 1.83 de altura. O ataque aconteceu do lado de fora de um estabelecimento que vende refeições para viagem, em Hull, Inglaterra.
O Sr. Dawson reconheceu o adolescente, que o provocou. Depois, ele o encontrou pelo Facebook e alertou a polícia.
O adolescente, de 18 anos, agrediu Christian enquanto ele seguia sozinho pelo centro da cidade de Hull. O jovem foi ouvido por um tribunal.
Os ossos da vítima pareciam “flocos de milho triturados” SWNS


O Sr. Dawson diz que o réu “desperdiçou” seus dias na escola. Ele teve o nariz esmagado e as maçãs do rosto quebradas. Sua mandíbula e órbitas oculares precisaram ser realinhadas.
Os cirurgiões o alertaram de que ele poderia ficar cego, pois precisava de uma cirurgia complexa para reparar suas órbitas.
O Sr. Dawson, de Hull, East Yorks, disse: “Minha mandíbula foi cortada. Ainda lembro das palavras exatas do meu cirurgião”.

“Ele disse que meus ossos pareciam sucrilhos esmagados”.
O Sr. Dawson, que hoje ensina na Sirius Academy North, em Orchard Park, Hull, passou a noite do dia 17 de março desse ano com um pequeno grupo de amigos, bebendo.
Os caminhos do Sr. Dawson e Mikoliunas se cruzaram na Sirius Academy West onde o professor trabalhou por muitos anos até 2015, antes de ser transferido para sua escola atual.
Falando sobre o ataque, Dawson disse ao tribunal: “Eu olhei para ele e uma mão me acertou forte no rosto”.
“Foi como se alguém tivesse acertado um gongo. Depois, levei um segundo golpe na lateral do rosto”.
“Depois disso, não tenho muitas lembranças dos minutos seguintes”.
Mais tarde, o Sr. Dawson foi até a polícia de Clough Road para identificar Mikoliunas como seu agressor.
Mikoliunas, de Hull, negou qualquer contato físico com o Sr. Dawson.
Mikoliunas foi condenado por agressão com a intenção de causar lesões corporais graves, após um dia de julgamento.
Mikoliunas teve sua fiança concedida e foi informado que ainda pode ser condenado pelo Tribunal de Hull, mas comparecerá no Tribunal da Juventude da cidade, onde será ouvido novamente.
Após a audiência, o Sr. Dawson disse: “Esse é um jovem que tem feito péssimas escolhas”.
“Ele se declarou inocente, o que não lhe ajudou em nada, além de me arrastar para um longo processo judicial”.
“Ele provavelmente será preso, mas eu me sinto vazio por dentro”.
“Só quero voltar a trabalhar e seguir com a minha vida”.
Rob Waugh Yahoo

"Mataram a mulher?" A gênese do linchamento que chocou o Brasil

AVISO:O que você vai ler a seguir é revoltante:


No dia em que seria espancada até a morte por uma multidão furiosa, Fabiane Maria de Jesus acordou ansiosa para estrear sua nova aparência. Cansada da longa cabeleira negra, mandara cortá-la à altura do pescoço e, na noite anterior, logo que o marido saiu para seu trabalho noturno, resolveu mudar a cor dos cabelos. Descoloriu-os com água oxigenada e pintou-os de loiro. Eles ganharam uma cor de fogo, entre o vermelho e o amarelo. Concluída a mudança visual, Fabiane tomou o remédio para dormir que lhe fora receitado havia três semanas, e adormeceu de cabelos novos na sua última noite de mulher faceira. De manhã cedo, vestiu um short jeans, uma blusa tomara que caia e uma jaqueta, também de jeans, e colocou um boné para esconder os cabelos novos. Pronta, pegou a bicicleta e saiu para passear. Sua sogra, Maria de Jesus, que mora no andar de cima da casa, percebeu no ar o movimento matinal de Fabiane:
— Eu senti o cheiro do perfume dela.
Precipitou-se até a varanda do andar de cima para lhe falar, mas Fabiane já dobrava a esquina de bicicleta.
Foi a última vez que a viu.

Era quase meio-dia, Fabiane já passara na casa de uma prima e já pedalara pela Praia das Pitangueiras quando resolveu ir até o serviço do marido, que ainda não tinha visto seus cabelos novos. Jaílson, seis anos mais velho que Fabiane, trabalhava à noite na portaria da colônia de férias do Banespa, na Praia das Astúrias. Costumava voltar para casa antes da 1 da tarde. Naquele dia, quando Fabiane chegou, ele acabara de deixar o trabalho.

— Soube depois que fazia uns dez minutinhos que eu tinha saído quando ela chegou — diz o viúvo.
Foi a última vez que se desencontraram.

No fim da tarde daquele sábado, 3 de maio de 2014, Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, casada, mãe de duas meninas, uma de 12 anos e a outra de apenas 1 ano, estava internada na UTI do Hospital Santo Amaro, no Guarujá, litoral de São Paulo, em estado gravíssimo, depois de passar quase uma hora sendo amarrada, arrastada, chutada e espancada por uma multidão que a confundiu com uma mulher que, diziam, andava sequestrando crianças para arrancar-lhes o coração em rituais de magia negra. Após resistir por 36 horas, Fabiane morreu na manhã de segunda-feira, 5 de maio. Seu corpo, dentro de um caixão branco e cor-de-rosa, está na última gaveta do cemitério Jardim da Paz, a G-119. Não há cemitério feliz, mas há cemitérios mais tristes que outros. Ali, as sepulturas são de uma simplicidade precária, com flores de plástico e anjinhos de gesso encardido, e as datas de nascimento e morte nas lápides informam a alarmante juventude dos mortos.

 No dia 24 de abril, quinta-feira, apareceu um alerta tenso no Facebook, a rede social que Morrinhos inteiro conhece e acessa. A sequestradora fora vista num bairro ali perto. O perigo estava próximo”


Morrinhos é um bairro da periferia do Guarujá onde moram 20 000 pessoas. Dividido em quatro partes, as duas primeiras têm casas de alvenaria, ruas pavimentadas e um comércio que pendura no umbral das portas as mercadorias à venda. As outras duas são mais pobres, com ruas de terra, esgoto a céu aberto, barracos de madeira ou zinco erguidos sobre palafitas numa área de mangue, e uma violência endêmica. Os rumores sobre a sequestradora de crianças apareciam e sumiam na periferia, mas em abril de 2014 começaram a ganhar proporções inauditas e um clima de pânico baixou sobre Morrinhos. Habituadas à insegurança pública e à ausência da polícia, as mães começaram a proibir os filhos de brincar na rua. Algumas decidiram não mandá-los mais à escola. Uns ouviam que a sequestradora arrancava o coração das crianças. Outros, que arrancava também os olhos dos pequenos.

No dia 24 de abril, quinta-feira, apareceu um alerta tenso no Facebook, a rede social que Morrinhos inteiro conhece e acessa. Uma usuária escreveu um post informando que a sequestradora fora vista na Maré Mansa, bairro ali perto. O perigo estava próximo. No dia seguinte, a página do Guarujá Alerta, serviço que havia tempos denunciava crimes e dava dicas de segurança no Facebook, informou que “uma mulher está raptando crianças para realizar magia negra”. O post acrescentou que a mulher estaria atuando na região de Praia do Pernambuco, Maré Mansa, Vila Rã e Areião, tudo no Guarujá, nada longe de Morrinhos. Ele trazia o retrato falado da criminosa, e concluía: “Durante toda essa semana recebemos diversas mensagens de seguidores sobre o fato. Se é boato ou não, devemos ficar alertas”.

O aviso do Guarujá Alerta provocou uma cascata interminável de reações de raiva, medo ou ameaça. Um usuário disse que pensava que a história da sequestradora era boato, mas interpretou o post do Guarujá Alerta como uma confirmação. Outro perguntou onde havia fotos “desse monstro”. Outro disse que se ela aparecesse em Morrinhos ia “tomar só rajada, essa cachorra”. Outro pediu uma foto “dessa bruxa” e avisou que “ela vai ter o que merece”. Outro disse que o caso estava deixando “pais e filhos assustados aqui no bairro”. Outro avisou que, se a mulher aparecesse no seu bairro, ela seria linchada, a “vagabunda”, “safada”, “essa pilantra”, “coração de pedra”, “sua possuída”. Outro avisou que a mulher era procurada no Paraná, onde havia tentado sequestrar “uma criança em uma creche em Pontal do Paraná”. Outro, com uma certeza cheia de pontos de exclamação, informou que “acabaram de sequestrar uma criança no bairro do Areião!!!!!!!!!”. Outro comentou que “tem que matar essa mulher”. Outro avisou que “falam que ela tem um Fox preto”. Outro aproveitou para dizer que uma mulher vestida de enfermeira andava espetando uma seringa nas pessoas para infectá-las com o vírus HIV. Outro disse que “na última terça-feira” tinham encontrado duas crianças mortas no bairro da Maré Mansa, “ambas sem o coração”. Outro garantiu que a sequestradora “pegou um menino daqui do nosso bairro”. As conversas se prolongaram por onze páginas, todas depois recolhidas pela polícia e anexadas ao inquérito.

No dia 27 de abril, domingo, o Facebook fervilhava. Uma usuária, que se identificou como Noelia dos Santos, disse que “tem uma sequestradora de crianças pela redondeza” e também divulgou um retrato falado. Explicou que ela sequestrava sozinha e “em alguns casos ela chega até a tomar a criança dos braços da mãe à força”. Informava que a criminosa já pegara “mais ou menos umas 37 crianças para fazer magia negra”. Seu post foi largamente compartilhado. A revolta desdobrou-se em adjetivos: “vagabunda, tem que morrer”, “quem é essa vaca?”, “vadia”. Alguém disse que ela era morena. E alguém replicou que ela havia tingido os cabelos de loiro “para disfarçar”.

No dia 29 de abril, terça-feira, a página do Guarujá Alerta divulgou um post extenso, com três links, mostrando dessa vez que era tudo boato. Não havia nenhuma sequestradora de crianças no Guarujá nem nas redondezas. Morrinhos podia continuar sua vida em paz. Já na abertura, o post afirmava que muitos usuários não leriam o comunicado até o fim, mas dizia que deveriam fazê-lo para não sair “por aí ajudando a espalhar ainda mais um boato”. Dizia que não havia nenhum boletim de ocorrência de criança sequestrada, nem de crianças encontradas mortas sem coração. Um link dava acesso a uma matéria que afirmava que o boato vinha do Rio de Janeiro. Outro mostrava que a foto da “sequestradora” era usada por uma “página de humor no Facebook” que já fora curtida por “mais de 937 000” pessoas. O terceiro link levava a uma reportagem que informava que na cidade de Três Rios, no Rio de Janeiro, circulava o mesmo boato com o mesmo retrato falado. E alertava: “Infelizmente, muitas pessoas usam as redes sociais sem nenhuma responsabilidade”. E terminava frisando: “Então, mais uma vez, tudo isso não passa de uma enorme mentira para assustar a população”.

O administrador da página do Guarujá Alerta é um jovem que mora com a família e depôs sob segredo de Justiça. Nos autos do processo, ele é a “Testemunha A”. Ele conta que divulgou o post no dia 25 de abril informando sobre o boato e o retrato falado da tal sequestradora, mas “duas ou três horas depois”, alertado de que talvez fosse um boato, retirou tudo do ar e foi pesquisar o assunto. Quatro dias depois, postou o extenso aviso com os três links, informando que era boato. “Fiz isso porque o assunto tinha virado febre na cidade”, diz. “Recebi mensagem de uma diretora falando que tinha suspendido as aulas porque a sequestradora estava na porta da escola. Outra mulher dizia que a sobrinha tinha sido sequestrada. Não parava. Eu dizia para a minha mãe: ‘Mãe, não aguento mais, isso não para nunca’.” Mas o desmentido caiu no vazio. Os avisos e confirmações de que havia, sim, uma criminosa à solta não paravam de pipocar no Facebook. Diz a Testemunha A: “Eu nem lia mais os posts. Respondia já no automático: ‘é boato, é boato, é boato, é boato’ ”.

Diante da força diabólica dos boatos e da credulidade apressada de uma população desamparada, nenhum desmentido surtia efeito. A Testemunha A teve a ideia de pedir à Polícia Militar que divulgasse uma nota à imprensa colocando as coisas nos devidos lugares. Ele reproduziria a nota na sua página e quem sabe conseguiria conter os rumores. Mas a PM achou que o assunto não lhe dizia respeito, pois não recebera nada “oficialmente”. Com a omissão policial, os 20 000 moradores de Morrinhos continuaram às tontas com um boato que aterrorizava parte da população e cujo desfecho viria a ser o episódio mais dramático da história da comunidade.



Quando não encontrou o marido na colônia de férias do Banespa, Fabiane voltou para Morrinhos, a comunidade onde cresceu cercada por parentes. De bicicleta, passou na Igreja São João Batista, perto de sua casa, para apanhar a Bíblia que esquecera ali dias antes. Foi até o trabalho de uma irmã, em uma pequena mercearia, mas não a encontrou. Quando ia para a casa de uma prima, resolveu parar num bar. Ali, naquele bar em Morrinhos, perto da Padaria Central, a história evapora-se num mistério. O que aconteceu dentro do bar, ou na porta do bar, ou na frente do bar é uma incógnita que a investigação policial não esclareceu. A versão mais divulgada diz que, na frente do bar, Fabiane ofereceu uma banana a uma criança da rua, e alguém tomou seu gesto como o início de um sequestro. Essa versão, ainda que seja a mais veiculada pela imprensa, não é confirmada por nenhuma testemunha no inquérito policial. A outra, segundo a qual a Bíblia que Fabiane carregava foi confundida com um livro de magia negra, também não é corroborada por nenhuma testemunha.
O que se sabe é que Fabiane pintara os cabelos no dia anterior. Que, mesmo sendo uma antiga moradora de Morrinhos, quem a viu de longe não a reconheceu com aqueles cabelos curtos e claros. Que as vozes do boato no Facebook espalharam que a sequestradora era morena, mas ficara loira “para disfarçar”. Que os usuários da rede social também divulgaram, junto ao retrato falado da suposta sequestradora, a fotografia colorida da criminosa. Que a fotografia era de uma mulher de cabelos curtos, encaracolados e loiros que havia morado em Morrinhos alguns anos atrás, coincidência que pode ter sido um acaso dramático, ou algum usuário do Facebook teve a ideia demoníaca de escolher a foto da ex-namorada para dar mais credibilidade ao boato.

Só uma testemunha, interrogada pela polícia, apresentou uma versão mais ou menos completa sobre o começo do linchamento de Fabiane. Maria das Dores Alves de Souza, 50 anos, a dona do bar, diz que Fabiane entrou no seu estabelecimento, pediu um copo e sentou-se à mesa de um homem com quem compartilhou uma cerveja. Quem é o homem? Maria das Dores diz que era um “doidinho”, que nunca mais apareceu no bar. Jaílson, o viúvo, diz que sua mulher não tinha o hábito de beber e evitava o álcool desde que começara a tomar remédios para conter uma crise de transtorno bipolar. Maria das Dores era, ela própria, uma das suspeitas de ter atiçado a multidão contra Fabiane. Ela nega. Diz que estava no fundo do bar, temperando o frango que vendia aos domingos, quando ouviu alguém dizendo que Fabiane era a sequestradora de crianças do Facebook. A polícia descobriu apenas que, em algum momento, uma voz feminina gritou a senha para o massacre:
— É eeeeeelaa!
A multidão caiu em cima de Fabiane.
Há várias imagens do linchamento, captadas por celulares, que podem ser vistas na internet. São cenas curtas, filmadas por pessoas diferentes, de ângulos diferentes, sem uma sequência lógica, mas compõem a narrativa brutal do que Fabiane sofreu no tumulto dos seus últimos momentos de vida.
Uma cena: Fabiane está sentada no chão de terra, zonza, rosto banhado de sangue, alguém a interroga, ela tenta abrir os olhos, abre apenas um, balbucia algo.
Outra: ela está sendo carregada pelos pés e mãos, uma multidão a segue aos gritos, xingando, berrando, clamando por sua morte.

Outra: ela está de bruços, no meio da rua, o rosto enterrado no chão, alguém levanta sua cabeça pelos cabelos, confere seu rosto, e bate sua cabeça de volta no chão.
Outra: ela está deitada no chão, um rapaz bate com o pneu da bicicleta contra sua cabeça, uma, duas vezes.

Outra: alguém a arrasta pelo chão, puxada por um fio elétrico amarrado em seu pulso esquerdo, seu corpo vai rasgando o chão de terra, inerte.

Outra: ela está estirada no chão, de barriga para cima, o braço direito abandonado ao longo do corpo inanimado, o outro braço um pouco mais aberto. Nada nela se move. Está morta, ou inconsciente, desmaiada. As pessoas cercam seu corpo, olham, falam, mas mantêm uma certa distância, como se tivessem medo de ficar perto da morte. De repente, ela começa a erguer lentamente a cabeça. “Ela está viva, ela está viva.” Mas o peso da cabeça é excessivo, ela desfalece de novo. Volta a ficar imóvel.

Cena final: ela está com os pés e as mãos amarrados, de bruços, numa passarela de madeira a 1 metro do chão, alguém a empurra para fora da passarela, ela rola e cai sobre um colchão velho no meio do lixo, seu corpo imóvel, e então alguém se aproxima com um pedaço de pau de 1 metro de comprimento e desfere uma pancada brutal na sua cabeça. No meio da multidão, ouve-se uma voz:

– Mataram a mulher?
Na recognição visuográfica, em que o policial relata tudo o que viu e soube na cena do crime, consta a seguinte descrição: “Os moradores então passaram a agredi-la covardemente com pedaços de pau, caibros, cordas, chutes e ainda a arrastaram por vários metros até jogá-la em cima de um colchão”. Uma testemunha, Jonas Tiago Andrade, disse à polícia que “até crianças portavam facas no intuito de machucar a moça”. Outra, que confessou ter agredido Fabiane, contou que “várias crianças estavam com madeira na mão” ameaçando bater na vítima.

O corpo de Fabiane, segundo o laudo necroscópico, tinha “escoriações nos joelhos direito e esquerdo, coxa direita, ombro direito, antebraço direito e nariz” e “ferimentos corto-contusos no frontal esquerdo, parietal esquerdo e lateral do lábio”. No exame interior, o legista viu “extensa hemorragia intra e extradural, fratura nas regiões parietais direita e esquerda e contusão pulmonar à esquerda com hemorragia no hemitórax esquerdo”. Em linguagem comum: quebraram o crânio de Fabiane e provocaram sangramento dentro da cabeça, além de sangramento no lado esquerdo do tórax. A causa da morte: “traumatismo cranioencefálico e fratura de crânio”. Se tivesse sobrevivido, ela poderia ficar com sequelas graves e permanentes.

 
GAVETA G-119 - O sepultamento de Fabiane, no cemitério Jardim da Paz, que teve ampla cobertura da imprensa (Foto: Rogério Soares)


Na madrugada do dia 13 de março de 1964, Kitty Genovese, uma jovem de 28 anos, foi atacada por um desconhecido que lhe deu duas facadas nas costas e fugiu. Pouco depois, o criminoso voltou, encontrou a jovem no chão e esfaqueou-a de novo, estuprou-a e levou 49 dólares. Na meia hora que durou o martírio de Genovese, noticiou-se na época que 38 vizinhos ouviram seus gritos e nada fizeram. A indiferença escandalizou Nova York e despertou o interesse de dois psicólogos. Queriam entender as razões da apatia dos espectadores enquanto Genovese era assassinada. Descobriu-se mais tarde que menos pessoas ouviram seus gritos, e não 38, e houve até quem tivesse chamado a polícia. Ainda assim, os pesquisadores prosseguiram com o estudo e fizeram uma constatação surpreendente: quanto mais gente estiver no local de um crime ou acidente, menor a chance de a vítima ser socorrida. O paradoxo não decorre da indiferença humana ao sofrimento alheio, mas da redução de responsabilidade individual que todos nós sentimos quando estamos em multidão.

O “efeito espectador”, ou “efeito Genovese”, como ficou conhecido esse comportamento de aparente apatia, pode explicar por que tantas pessoas agrediram Fabiane ou incitaram a agressão contra ela e tão poucas tentaram socorrê-la. O advogado Airton Sinto, que trabalha para a família de Fabiane, acha que havia entre 200 e 300 pessoas no ato de linchamento. Uma das testemunhas calcula que havia até 1 000 pessoas. Outra estima que, no momento em que a polícia chegou, já com Fabiane inconsciente sobre o colchão no lixo, havia 3 000 pessoas. Não se sabe o número exato, porém duas coisas são certas: nem todos ali tinham certeza de que a mulher linchada era a criminosa, mas contam-se nos dedos os que tentaram defendê-la.

Jonas Andrade, a testemunha que fala de crianças armadas com facas, estava no seu barraco, nas palafitas do mangue, quando ouviu a gritaria lá fora. Viu “uma multidão caminhando pelas palafitas, arrastando uma mulher, que foi jogada bem em frente à sua casa”. Em seu depoimento, ele diz que tentou dissuadi-los alegando que não havia prova contra Fabiane. Nesse momento, “um rapaz” pegou “um pedaço de madeira e a golpeou violentamente na cabeça”. Andrade tentou impedir, mas não conseguiu. Durante 28 minutos, entre 14h26 e 14h54, o serviço da Polícia Militar recebeu onze telefonemas de onze números diferentes denunciando o linchamento e pedindo socorro.
 
Quando os policiais chegaram, a multidão os impediu de socorrer Fabiane. Alguém tomou a iniciativa de mediar um acordo: os policiais poderiam ajudá-la desde que a imprensa acompanhasse tudo. A multidão aceitou, a imprensa foi chamada. Camila Monique Cunha Vieira, 28 anos, outra testemunha, diz que estava no meio da multidão, junto com sua irmã e sua mãe, viu Fabiane sendo agredida e achou que não era a mesma pessoa da foto divulgada no Facebook. A transcrição do depoimento de Camila Monique explica por que elas não ajudaram Fabiane: “A depoente alega que nada podiam fazer, pois a multidão estava enraivecida, e, caso fossem fazer a defesa da mulher, com toda a certeza seriam agredidas, pois todos tinham convicção de que ela era a sequestradora”. O padeiro Roberto Carlos dos Santos, 28 anos, também morador das palafitas, reconheceu a própria voz nos vídeos em poder da polícia ordenando que ninguém batesse “na mulher porque nada tinha sido comprovado”. Não adiantou nada.

UM SUSPEITO - Valmir Dias Barbosa, 50 anos, pai de cinco filhos e autor confesso da “paulada na cabeça da vítima” (Foto: Fernanda Luz/Tribuna de Santos)


No Brasil, a cada dia ocorrem quatro linchamentos, ou tentativas de linchamento, numa rotina de brutalidade que só rivaliza com os pontos mais infernais do planeta. Mas a morte de Fabiane teve repercussão incomum. Os jornais a noticiaram em toda a largura das páginas, o enterro de Fabiane teve ampla cobertura, o Fantástico, da Rede Globo, exibiu reportagem de oito minutos e meio no domingo seguinte. O choque nacional se devia à brutalidade do linchamento, exposta cruamente nas imagens de celular, e também ao equívoco que levou a multidão a linchar a “pessoa errada”. Fabiane era uma dona de casa pacata, casada havia dezesseis anos, religiosa que frequentava a Igreja de São João Batista, mãe amorosa de duas filhas. Se a multidão tivesse linchado a “pessoa certa”, talvez o crime do Guarujá tivesse sumido sob o mesmo silêncio que cobre a imensa maioria dos linchamentos que ocorrem no país.
 
MAIS DOIS SUSPEITOS - Carlos Alex Oliveira de Jesus, 25 anos, e Lucas Rogério Fabrício Lopes, 20 anos (Foto: Fernanda Luz/Tribuna de Santos)


Das 300, ou 1 000, ou 3 000 pessoas presentes, a polícia indiciou cinco. Todos homens, e todos, à exceção de um, admitiram algum grau de envolvimento. Lucas Rogério Fabrício Lopes, “20 anos, branco, ajudante-geral”, reconheceu ter batido com a bicicleta em Fabiane, mas disse que não teve “intenção de matar ninguém”. Jair Batista dos Santos, “36 anos, pardo, carpinteiro”, disse que jogou Fabiane da passarela, mas o fez para protegê-la da fúria coletiva. Carlos Alex Oliveira de Jesus, “25 anos, branco, sem profissão definida”, afirmou ter levantado a cabeça de Fabiane pelos cabelos, quando ela estava de bruços, e depois ter batido “com a cabeça dela no chão”. Abel Vieira Batalha Junior, “19 anos, pardo, sem profissão definida”, nega qualquer agressão. Valmir Dias Barbosa, “50 anos, branco, sem profissão definida”, pai de cinco filhos, confessou ter dado “uma paulada na cabeça da vítima”, mas ressalvou que sua motivação “não foi de matar, mas apenas de revolta”. Todos estão presos à espera de julgamento.

O sociólogo José de Souza Martins, autor de Linchamentos — A Justiça Popular no Brasil, calcula que, nos últimos sessenta anos, entre 1 milhão e 1,5 milhão de brasileiros participaram de um linchamento ou tentativa de linchamento. É um sintoma de desagregação social, mas não é só coisa de desordeiros. Também envolve gente que está numa busca desesperada por ordem e segurança, gente que está exausta com a incompetência do poder e das instituições para garantir a paz social. Essas pessoas lincham para punir o criminoso, para vingar-se. As pesquisas mostram que, em geral, os linchamentos duram de cinco a vinte minutos, contam com mais de 200 pessoas, ocorrem em lugares abertos, nas grandes cidades, e as vítimas são homens. No bairro em que já houve um linchamento, é mais provável que haja outro, como se a consciência social daquela comunidade estivesse rompida. Um ano depois do linchamento de Fabiane, A Tribuna, que circula no Guarujá, noticiou que as redes sociais difundiam novo boato sobre um casal de sequestradores em São Vicente, no litoral paulista. O jornal dizia que era só boato. A Testemunha A recebeu e-mail de um amigo. Dizia: “Está começando tudo de novo”.

A Testemunha A não foi indiciada. Fechou a página do Guarujá Alerta, perdeu o emprego, escondeu-se com medo de agressões, até mudou de cidade por um tempo, mas voltou para o Guarujá. Conta que um dia viu Jaílson, o viúvo, na fila de uma casa lotérica, mas não falou com ele. Hoje, sua rotina voltou a incluir o mundo digital. “Mexo nas redes sociais normalmente.” Jaílson, que há quatro anos doou seu computador a um centro espírita, está novamente conectado. “Mandei montar um computador, porque sai mais barato”, disse. Como monitor, usa sua TV de 32 polegadas. O advogado Airton Sinto sugeriu ao deputado federal Ricardo Izar que apresentasse um projeto criminalizando quem difunde boatos na internet. O projeto está em tramitação. A rua onde mora a mãe de Fabiane, em Morrinhos, chamava-se Travessa 222. Por iniciativa de um vereador amigo da família, chama-se agora “Rua Fabiane Maria de Jesus”. A bicicleta que Fabiane usava quando foi linchada nunca mais apareceu. 

Veja

"Assassino do Facebook" é condenado a prisão perpétua


O americano conhecido como "assassino do Facebook", por ter confessado o crime e publicado fotos do corpo de sua esposa na rede social antes de se render às autoridades, foi condenado nesta sexta-feira à prisão perpétua em Miami.

A juíza Yvonne Colodny impôs a pena a Derek Medina, 33 anos, que foi considerado culpado em novembro passado por assassinato em segundo grau (homicídio), por ter matado a tiros a esposa, Jennifer Alfonso, em agosto de 2013 na cozinha da casa onde eles viviam.

O caso atraiu a atenção para o fato de que antes de se render à polícia, Medina tirou fotos do corpo de sua esposa de 27 anos e postou em sua página no Facebook, onde também publicou a confissão do crime.

"Você adivinhou seu futuro. Escreveu no Facebook 'vou para a prisão', e é para lá que você vai", disse a juíza Colodny para Medina, vestindo um macacão laranja, usado pelos presidiários.
Durante a audiência, Medina foi desafiador. "Eu não tive um julgamento justo e vou reagir", disse. "Só Deus sabe a verdade", acrescentou.

"Eu sofro todos os dias, tenho saudades da minha filha", disse a mãe de Alfonso, Carolyn Sabe, um dos vários parentes da mulher assassinada que falaram na audiência em Miami.

Durante o julgamento, os advogados de Medina alegaram legítima defesa, ao garantir que o acusado disparou contra a esposa depois de anos de abuso e no meio de uma briga em que a mulher estava segurando uma faca na mão.

Mas o júri acreditou na versão dos promotores, que defenderam que o incidente ocorreu depois que Alfonso ameaçou se separar e destacaram a crueldade de Medina, que disparou oito tiros contra a mulher.

Com Yahoo

5 mortes bizarras que permanecem sem explicação


Mortes sem explicação são tão comum como assustadoras. Confira:
1. Albert Dekker
Você já ouviu falar na perigosa prática de asfixiofilia? Ela também é conhecida por asfixia autoerótica, na qual o praticante tem o intuito de aumentar o orgasmo através da falta de oxigenação no cérebro. Só que, em casos extremos, isso pode levar a pessoa à morte. Alguns famosos, como o ator David Carradine e o vocalista do INXS Michael Hutchence, supostamente partiram desta para a melhor depois de tentarem se masturbar dessa maneira.
Outro ator, Albert Dekker, também teve sua morte atribuída à prática. Mas as circunstâncias são bem mais complexas. Enquanto em muitos casos o corpo da pessoa é encontrado enforcado com um cinto amarrado a uma maçaneta, Dekker, além disso, também tinha os olhos vendados, estava amordaçado e com os pés e mãos amarrados.
Essa posição, até bastante comum no sexo mais hardcore, é praticamente impossível de ser conseguida sem a ajuda de outra pessoa. Além disso, ele tinha uma agulha enfiada em cada braço, o desenho de uma vagina em sua barriga e mensagens escritas com batom em seu corpo – sendo que a maioria era palavrão.
Só que, para a coisa toda ficar ainda mais sinistra, Dekker estava no banheiro com a porta trancada por dentro – algo que apenas ele poderia ter feito. Mesmo assim, US$ 70 mil em dinheiro sumiram de dentro do apartamento. Até hoje essa história permanece sem conclusão, mesmo tendo acontecida em 1968!




2. Zigmund Adamski
Em 1980, Zigmund Adamski, de 56 anos, saiu para fazer compras e nunca mais voltou. Ele morava na Inglaterra e era mineiro. Seu corpo foi achado cinco dias após o sumiço e a causa da sua morte foi dita como sendo ataque cardíaco. Mas será que foi isso mesmo?
Analise as circunstâncias: apesar de cinco dias sumido, ele parecia bem nutrido e com a barba feita. Seu corpo foi achado no período da tarde sobre uma pilha de carvão distante mais de 30 km de onde ele sumiu – só que não havia nem pegadas na mina de carvão nem mesmo sujeira no corpo. É como se ele tivesse simplesmente “caído do céu” sobre a pilha.
Alguns alegam que ele foi assassinado por alienígenas. Essa tese é reforçada por aparentes queimaduras inexplicáveis em sua cabeça, pescoço e ombros. Sobre essas marcas, havia uma espécie de gel que as autoridades nunca souberam explicar o que era. Bizarro, hein?




3. Gilbert Bogle e Margaret Chandler
Na Austrália, um caso de adultério movimentou os noticiários quando a polícia não conseguiu identificar a causa da morte de um casal. Tudo começou no réveillon de 1962, quando o físico Gilbert Bogle deu uma escapadinha com Margaret Chandler – ambos eram casados e foram encontrados mortos na manhã seguinte.
Quem seriam os principais suspeitos? Os traídos, é claro. Porém, além de ambos terem álibis incontestáveis, não se conseguiu determinar o que causou a morte do casal adúltero. Não havia marcas de violência nos corpos, mas no local do crime foram encontrados restos de vômito e fezes de Gilbert e Margaret – é como se, subitamente, ambos tivessem ficado doente. Poderia se tratar de um caso de envenenamento, mas a autópsia não conseguiu encontrar nada no sangue que caracterizasse isso.
Um filme de 2006 remonta a história e traz a teoria de que ambos foram intoxicados por gás sulfídrico que exalava do rio Lane Cover – foi em uma de suas margens que o casal foi encontrado. Porém, essa é apenas uma hipótese estranha, já que ninguém mais da região sofreu efeito algum com o suposto gás.




4. Leroy Carter
Em fevereiro de 1981, a polícia de San Francisco, nos EUA, foi chamada para acordar um cara que “cochilava” em um saco de dormir no parque Golden Gate. Porém, quando os oficiais chegaram ao local, eles encontraram um cenário macabro: a cabeça do homem havia sido arrancada e substituída por uma asa de frango e dois grãos de milho.
Achou bizarro? Ainda piora! Através da digital, descobriu-se que o homem era Leroy Carter, que possuía uma extensa lista criminal. Os investigadores recorreram aos serviços de Sandi Gallant, especialista em crimes com características de envolver o ocultismo. Ele sugeriu que Carter havia sido assassinado por algum praticante da seita Santeria.
Nessa crença, a cabeça da vítima seria devolvida no mesmo lugar do corpo 42 dias depois do assassinato. Como ninguém deu muita bola para a teoria maluca de Gallant, não havia nenhum oficial no parque no dia em que supostamente a cabeça seria devolvida. E não é que ele estava certo? A cabeça apareceu, o assassino fugiu e nunca foi descoberto quais motivações levaram Carter a ser assassinado.





5. Philip Shue
Em 2003, o coronel da aeronáutica dos EUA Philip Shue saiu normalmente para trabalhar. Tudo mudou duas horas depois, quando em um aparente surto ele supostamente chocou seu carro violentamente contra uma árvore, morrendo na hora. Até aí, um caso típico de suicídio, certo?
Só que muita coisa permanece inexplicada na história: antes de morrer, Shue teve os dois mamilos, os dois lóbulos auriculares e alguns dedos extraídos. Ele também possuía um corte que ia do peito até o umbigo. Algumas teorias apontam que ele foi torturado, conseguiu fugir do cativeiro e se acidentou – tudo isso no prazo de duas horas.
Outras pessoas apontam que ele próprio havia feito as mutilações em si mesmo, devido à grande quantidade de anestésico encontrada em seu sangue. Porém, os punhos de Shue estavam atados com fita adesiva – e suas digitais não estavam nela. Muitos garantem que a ex-esposa de Sue estaria envolvida em sua morte, já que isso renderia um seguro no valor de US$ 1 milhão, mas a investigação não conseguiu provas desse envolvimento.





 Fonte: Segredosdomundo
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