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Homem de 46 anos é executado após beijar enteada de 6 anos em um barco



Um homem de 41 anos, flagrado em um vídeo beijando a boca da enteada de 6 anos, foi executado por dois homens dentro de casa, no Mato Grosso do Sul. 

Dois dias antes do crime, Rosinaldo Andrade estava em um passeio de lancha com a família da companheira, que registrava tudo. 

Em um dos vídeos publicados pela mãe da criança, Rosinaldo aparece beijando a boca da enteada e o caso ganhou repercussão. 

A família chegou a ser intimada para prestar esclarecimentos e as crianças foram tiradas da mãe, mas Rosinaldo permaneceu em liberdade.

 Horas após o delegado entrar com o pedido de prisão preventiva do homem, Rosinaldo foi executado com um tiro na nuca.



O crime brutal contra adolescente envolvendo a Igreja Universal



Em 2001 o crime envolvendo a Igreja Universal do Reino de Deus chocou o país.

A Vítima:

Um jovem chamado Lucas Terra, que tinha 14 anos na época, teria sido vítima de agressões sexuais e foi queimado vivo. O acusado é o pastor da Igreja Universal Silvio Roberto Galiza, o único condenado até o momento. Além do mais, a Igreja Universal do Reino de Deus foi sentenciada a pagar dois milhões de reais aos familiares de Lucas.


Na noite de 21 de março de 2001, o menino ligou de um telefone público para seu pai, Carlos Terra, avisando que estava junto de Galiza e que dormiria na Igreja, localizada no bairro do Rio Vermelho, naquela noite, afinal, estava muito tarde para ele voltar sozinho para casa.

No dia seguinte, o garoto não voltou para casa e, durante as buscas, o pastor contou versões contraditórias sobre quando foi a última vez que viu o garoto. De acordo com o promotor que investigou o caso, Davi Gallo, as buscas foram “desfocadas” por informações falsas.

Entretanto, no dia seguinte, 23, os restos mortais de uma criança foram achados dentro de um caixote queimado que havia sido abandonado em um terreno baldio. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e o resultado do exame de DNA só foi conhecido 43 dias depois.

Mechas do cabelo e partes da roupa que ficaram intactos permitiram apontar que o corpo seria o de Lucas Terra — o que foi confirmado depois por um laudo pericial da polícia. Além do mais, foi revelado que o garoto sofreu uma tentativa de asfixia, mas o grau de carbonização do jovem impediu que fosse constatado uma causa da morte e se Lucas sofreu ou não uma tentativa de abuso sexual. Esse ponto levou o promotor a crer que "certamente houve ato de violência sexual".



Além do mais, a perícia encontrou, no corpo, vestígio de tecidos semelhantes aos encontrados na Igreja do Rio Vermelho, o que foi crucial para ligar o pastor e a Igreja ao crime. O assassinato aconteceu dias antes que o jovem e seu pai imigrariam para a Itália, onde sua mãe, Marion Terra, os esperava.

Mechas do cabelo e partes da roupa que ficaram intactos permitiram apontar que o corpo seria o de Lucas Terra — o que foi confirmado depois por um laudo pericial da polícia. Além do mais, foi revelado que o garoto sofreu uma tentativa de asfixia, mas o grau de carbonização do jovem impediu que fosse constatado uma causa da morte e se Lucas sofreu ou não uma tentativa de abuso sexual. Esse ponto levou o promotor a crer que "certamente houve ato de violência sexual".


Além do mais, a perícia encontrou, no corpo, vestígio de tecidos semelhantes aos encontrados na Igreja do Rio Vermelho, o que foi crucial para ligar o pastor e a Igreja ao crime. O assassinato aconteceu dias antes que o jovem e seu pai imigrariam para a Itália, onde sua mãe, Marion Terra, os esperava.


Testemunhas da brutalidade:

 Pessoas que conviviam com Lucas relataram que ele era um membro ativo dentro da igreja e que Galiza teria ficado obcecado pelo garoto. Em pouco tempo, o pastor teria mostrado uma atitude dominadora sobre o jovem.


Silvio também se incomodava quando via seu alvo interagindo com garotas e sempre que pudera, o convidava para dormir na igreja com outros garotos — esse ponto era desconhecido por seu pai.


Após seus superiores descobrirem que Galiza dormiu com Lucas na mesma cama, enquanto os demais meninos estavam em um cômodo separado, o pastor foi transferido para outra instituição, mas isso não o impediu de continuar visitando a Universal que o garoto frequentava. Silvio já havia sido expulso de outra comunidade e tinha ganhado o apelido de “O Secretário do Diabo”.

As pessoas que toparam testemunhar contra o pastor, começaram a ser perseguidas por outros membros da Igreja. A namorada do garoto relatou que foi perseguida, expulsa e humilhada da Universal.


Os jornalistas do jornal A Tarde, que cobriam o caso, também foram perseguidos a mando do bispo João Leite, que impediu que a equipe de reportagem entrevistasse membros da Igreja. O pai de Lucas também foi perseguido e solicitou ajuda ao Ministério Público (MP) para ter sua integridade garantida.


Protestos e condenação:


O inquérito contra Galiza só foi concluído em outubro de 2001, quando o pastor passou a ser acusado pela morte do jovem. Entretanto, ele não teve sua prisão decretada, o que só aconteceu após Carlos Terra acampar na porta do MP de Salvador.


Os pais de Lucas passaram a recorrer a ongs de defesa dos Direitos Humanos e também ao Ministério da Justiça. Carlos, inclusive, conseguiu entregar uma carta ao escritório da ONU, na Suíça, questionando a demora no julgamento e indagando de onde viriam recursos financeiros para os advogados mais caros do Brasil defender Galiza — sendo que ele morava em uma comunidade carent


Essa pressão culminou com a marcação do primeiro julgamento do pastor. Assim, no dia 9 de junho de 2004, Silvio Roberto Galiza foi condenado a 23 anos e 5 meses de prisão — a pena foi reduzida para 18 anos, e depois para 15, após a entrada de um recurso por parte da defesa.

Com cinco testemunhas contra o pastor, o júri considerou o crime triplamente qualificado e ainda aceitou a tese de que o réu cometeu abuso sexual, matou e ateou fogo contra o corpo da vítima.


Em entrevista ao Linha Direta em 2006, o pastor alegou inocência e acusou outros três membros da Igreja de envolvimento no caso: o bispo Fernando Aparecido da Silva, o pastor Joel Miranda Macedo e o segurança dos dois, Luis Claudio.

O pastor alegou que o menino havia flagrado Joel e Fernando durante um ato sexual e por isso, foi morto. A denúncia foi aceita e após inúmeros recursos, o STF decidiu, em última instância, em 2019, que os pastores da Igreja Universal irão a júri popular.



Via Aventuras Na História e deste blog

Entrevista exclusiva com o serial killer "maníaco da bicicleta"

Vamos mostrar aqui a entrevista de um serial killer que matava especialmente crianças e dizia se atrair por elas e ainda sorria das vítimas, mas primeiro la vai um perfil do psicopata.

O andarilho Laerte Patrocínio Orpinelli, 47 anos, despertava compaixão dos moradores da cidade de Rio Claro, no interior de São Paulo, e em dezenas de cidades daquela região pelas quais costumava perambular era um tipo de vendedor de pesadelos. Maltrapilho, cabelos desgrenhados, ele carregava uma sacola de plástico na mãos com umas poucas mudas de roupa mal-cheirosas. A aparente fragilidade e a simpatia quase subserviente conquistavam as pessoas que, penalizadas, decidiam ajudá-lo. "Ele aparecia de vez em quando no bar. Eu o achava um coitado e com pena dele lhe dava uns sanduíches", conta o funcionário da mercearia Dom Bosco, em Piracicaba, Marcos Brito da Silva. Atitudes como essa eram recorrentes na interminável rota que parecia seguir. Hoje, Laerte desperta ódio e perplexidade. Friamente, confessou 11 assassinatos de crianças, entre quatro e dez anos. Duas outras mortes foram confessadas informalmente à polícia, até quinta-feira 27. O "Monstro de Rio Claro", como passou a ser conhecido, gostava de registrar num pequeno caderno o dia e a cidade por onde passava. A partir das anotações encontradas, a polícia elaborou um banco de dados que registra a rota macabra de 26 cidades e 96 crianças desaparecidas. O andarilho da morte faz questão de dizer que tem profissão: é engraxador de portas de estabelecimentos comerciais. Laerte foi preso no município de Leme dia 13, mas a polícia já estava em seu encalço há meses. Com o antigo argumento de dar balinhas e doces às crianças ele conquistava a atenção delas. Abusava sexualmente, esmurrava e matava. Jéssica Alves Martins, nove anos, cruzou a rota da morte de Laerte no dia 21 de novembro do ano passado. Há registro da passagem de Laerte pelo albergue do município no dia 20. Dois dias depois, o corpo dela foi encontrado. Em datas e locais diferentes, tiveram o mesmo fim trágico e violento Daniela Regina de Oliveira Jorge, cinco anos; Alyson Maurício Nicolau Cristo, seis anos; José Fernando de Oliveira, nove anos; Osmarina Pereira Barbosa, dez anos; Aline dos Santos Siqueira, oito anos; e Anderson Jonas da Silva, seis anos.

O perfil do assassino:
O comportamento estranho de Laerte, sétimo filho de uma família de oito irmãos, todos nascidos em Araras, começou cedo, com quase a mesma idade de suas vítimas. Ele cursava o terceiro ano primário e chamou a atenção de uma professora pelo estranho comportamento. Mal falava, brincava sozinho e tinha péssimo rendimento escolar. Não conseguia passar de ano e abandonou os estudos. Nessa mesma época, deu sinais de que no futuro iria pôr o pé na estrada. Ficou uma semana fora de casa, sem dar satisfação aos pais. Para chamar a atenção da família, batia latas no quintal. Essas atitudes irritavam a mãe, Eliza, que, numa tentativa desesperada de contê-lo, o amarrava com pedaços de trapos na beirada da cama ou ao pé da mesa. 
Aos 16 anos, inaugurou uma série de internações na clínica psiquiátrica Sayão. Certa vez ficou cinco anos direto em tratamento. Às vezes resolvia dar um tempo por conta própria e fugia. Segundo o diretor da Sayão, José Carlos Naitz-ke, a família o internava alegando que ele tinha problemas de alcoolismo. "Não digo que Laerte tem uma doença mental. Seu diagnóstico clínico é segredo médico", afirma. Segundo um dos sobrinhos que preferiu não se identificar, três dos quatro irmãos são aposentados por alcoolismo. O comportamento arredio e estranho de Laerte foi se poten-cializando pela crônica desunião da família. Depois que se casaram, os irmãos nunca passaram um Natal juntos.

Comportamentos estranho:
Infantil
"De vez em quando ele fazia coisas sem nexo como pedir para a minha mãe
 que escrevesse cinco cartas para uma mesma pessoa", conta o sobrinho.
 Segundo o rapaz, o tio tinha um comportamento infantil. 
"Uma vez o vi em casa com um brinquedinho.
 Pedi para ver e ele disse: Não. É meu!"
 Embora com dificuldades de se relacio-nar com as pessoas,
 Laerte teve uma namorada.
 Sidney Aparecida Martins, 62 anos, conheceu o andarilho em 1983 e 
chegou a viver com ele por dois anos e meio. 
Sidney conta que o maníaco era agressivo. 
Eles dormiam em quartos separados e moravam na casa dela, no bairro de
 Bela Vista, próximo ao Horto Florestal, onde foram encontradas 
duas ossadas de crianças mortas por Laerte. 
"Ele ficava agitado. Saía de manhã e só voltava à noite. 
Nunca vi dinheiro com ele. Sabia que era alcoólatra, 
mas desconhecia o fato de ele ter problemas psiquiátricos", 
reagiu Sidney sem saber explicar o comportamento cruel e
 monstruoso do companheiro.
Laerte conversou com ISTOÉ duas vezes. Na primeira, mostrou seu lado
 pouco tolerante, irritadiço e encerrou a entrevista quase aos berros.
Na segunda, parecia outra pessoa. Mostrou-se risonho, gentil.
 Chegou a pedir uma camisa nova e alguns "salgadinhos".
ISTOÉ – Por que matar crianças?Laerte – Eu gosto de ver o corpinho delas.
Gosto da beleza que elas têm.
ISTOÉ – O que te atrai nelas?Laerte – Gosto de um jeito diferente.
ISTOÉ – Sexual?Laerte – É.
ISTOÉ – Por que decide seduzi-las?Laerte – Quando bebo incorporo o Satã,
fico nervoso e sinto esse desejo. Sinto prazer em vê-las aterrorizadas.
ISTOÉ – E como você as escolhe?Laerte – É depois de beber.
 Começa a sessão de violência. Eu vejo crianças e me dá vontade de
 fazer desordens.
ISTOÉ – Há quanto tempo você começou a matar?
Laerte – Há uns cinco ou seis anos.
ISTOÉ – E você matou adulto também? Mulheres?
Laerte – (Ri) Não. Nunca. Só crianças.
ISTOÉ – Quantas crianças você calcula ter matado?
Laerte – Umas 15 no total.
ISTOÉ – Você não achava que um dia poderia ser pego?
Laerte – Sabia que um dia ou outro a polícia ia me pegar, mas não me
 preocupava.
ISTOÉ – Você está arrependido?
Laerte – Estou. Quero me tratar.

Fonte: Istoé

O Serial Killer responsável por 42 mortes e de ser emasculador de meninos

A nossa saga de histórias de serial killers ainda continua. Abaixo você ler a história de um monstro que atacou crianças no interior do Pará e Maranhão.


Os olhos são mansos. A pele é morena clara e o corpo franzino, de apenas 1 metro e 62 centímetros de altura. Nada assusta no mecânico Francisco das Chagas Rodrigues de Brito, de 38 anos. Mas ele é, possivelmente, o maior assassino em série da história brasileira. É acusado de ter violentado, assassinado e mutilado 42 meninos durante 15 anos no interior do Pará e na capital do Maranhão, São Luís. Na madrugada da quarta-feira, foi condenado a 20 anos e oito meses de reclusão por apenas uma das mortes, a do menino Jonnathan Silva Vieira. Os outros assassinatos ainda irão a júri. São mais 41 histórias de horror a ser contadas.
Chagas é acusado de ter espalhado terror pelo norte do Brasil. Nascido no interior do Maranhão, morou na cidade paraense de Altamira. Aos 21 anos, teria começado a matar. Em Altamira, teriam sido 12 garotos. Outros três sobreviveram, arrastando-se da mata ensangüentados. Mas ficarão marcados para sempre pela emasculação. Depois, de volta a seu Estado natal, Chagas foi morar na capital. Instalou-se numa área de moradias populares conhecida como Jardim Tropical. Atacava pela vizinhança. Teria começado em 1991. E teria seguido, sem levantar suspeitas, durante oito anos. Uma das vítimas, o menino Daniel Ferreira Ribeira, de apenas 4 anos, foi retirado de dentro de casa enquanto o pai dormia. Chagas chegou a atuar como voluntário na reconstituição realizada pela polícia. "Era para meu filho estar agora com 7 anos", diz Mônica Regina Ferreira, mãe de Daniel. "Essa dor eu vou levar comigo para sempre." 

Chagas só foi preso em dezembro de 2003, após a morte de um garoto de 14 anos que morava perto de seu trabalho. Ele havia chamado Jonnathan Silva Vieira para catar açaí na mata. Antes de sair, o menino avisou à irmã mais velha para onde e com quem iria. Quando a polícia começou a investigar o desaparecimento de Jonnathan, Chagas tornou-se o principal suspeito. Em sua casa, os investigadores descobriram cadáveres de outras vítimas, inclusive Daniel. "Com o julgamento, minha luta chegou ao fim", diz Rita de Cássia Gomes da Silva, mãe de Jonnathan. "Já posso pensar em reconstruir minha vida. Nesses quase três anos, perdi meu emprego de cozinheira, pois não conseguia fazer mais nada. Agora, quero me mudar daqui. Esse sempre foi o sonho do Jonnathan, que eu não consegui realizar quando ele estava vivo."
No início, ninguém imaginou a possibilidade de assassinatos em série. "Trabalhamos com as hipóteses de tráfico de órgãos, magia negra e até ações de terror", diz o promotor de Justiça Samarone de Souza Maia, que atuou na acusação no caso de Jonnathan. "A lição para mim é que o sistema judicial brasileiro não está preparado para esse tipo de criminoso." Para começar, a polícia teve dificuldade em provar a culpa de Chagas em todas as mortes com características semelhantes. Recorreram à pesquisadora Ilana Casoy, do Núcleo Forense do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo. Ela traçou o perfil psicológico do provável homicida e comparou-o com o de Chagas. 
Os especialistas afirmam que cada assassino em série tem uma marca própria. Sua assinatura. (Atenção. Aqui serão descritas algumas atrocidades. A história pode ser seguida a partir do próximo parágrafo, sem prejuízo do entendimento.) A assinatura dos homicídios de Chagas era a emasculação das vítimas - sempre meninos, de no máximo 14 anos. Segundo os peritos, ele extraía os órgãos genitais dos meninos com uma faca. Antes estrangulava os meninos até que desmaiassem e abusava sexualmente deles. A morte se dava no estrangulamento ou depois, por hemorragia. Segundo o inquérito policial, Francisco levava os garotos para matas fechadas, convencendo-os a colher frutos ou caçar passarinhos. Depois de matá-los, realizava um estranho ritual. Com um cone feito de folhas verdes, coletava sangue no ferimento da emasculação. Caso fosse necessário, fazia novos furos no corpo até encher o cone. Desenhava uma cruz no chão e a cobria com o sangue do menino morto. O órgão masculino era envolto num pedaço da camisa da vítima e jogado na água. Podia ser um rio, lagoa ou mar. Não raro, pequenos pedaços do corpo também eram amputados: orelhas, dedos, panturrilhas, mãos ou mamilos. O cadáver era coberto com folhas de tucum, sempre tucum - uma espécie de palmeira espinhenta comum na região.

As características do crime indicam a atuação de um doente. Ele afirma que escutava vozes e via um ser branco flutuando a cerca de 40 centímetros do chão a mostrar sua próxima vítima. Mas testemunhas contam que Chagas não fazia o tipo esquisito. "Era querido na vizinhança pobre onde morava", diz a psicóloga Maria Adelaide de Freitas Caires, também do Núcleo Forense do HC. Ela fez o laudo psicológico de Chagas. "Solícito, ele levava os doentes aos hospitais, comprava remédio, ajudava a limpar o terreno do vizinho. Já tinha se candidatado a presidente da associação dos moradores quando foi descoberto", afirma. A psicóloga atestou que Chagas tinha, até certo ponto, consciência de seus atos. Por quatro votos a três, o júri o considerou semiimputável. Isso significa que ele é juridicamente responsável por seus atos, mas pode ter redução de até dois terços da pena. O juiz concedeu-lhe redução de um terço. Não fará muita diferença, porque as penas são cumulativas e os próximos julgamentos devem garantir que Chagas passe o resto de seus dias na prisão. "A gente está unida, todas as mães", diz Mônica Ferreira, mãe de Daniel. "Vamos fazer o que for preciso para deixar esse assassino apodrecer na cadeia."
O que faz uma pessoa solícita e querida em sua comunidade cometer atos monstruosos? Segundo os especialistas, não há explicação. Os assassinos seriais são um fenômeno mundial. Fazem-se filmes sobre eles, como O Silêncio dos Inocentes, de 1991, vencedor de cinco Oscars. Mas ninguém os entende. "Eles não se classificam como psicopatas, depressivos, nem nenhuma das patologias conhecidas", diz a psiquiatra Ilana Casoy. "Ainda há pouco estudo sobre eles." Mesmo assim, a infância de Francisco sugere algumas respostas. Menino pobre, o caçula de cinco filhos de agricultores, ele perdeu a mãe aos 4 anos. Foi criado pela avó materna, que lhe dava surras com cipó, segundo ele e uma irmã. "A avó colocava um papel na parede onde ia anotando os atos merecedores de castigo. Quando chegavam a oito, o próprio garoto tinha de ir na mata buscar o cipó com o qual seria surrado", diz a psicóloga Maria Adelaide. Chagas afirmou durante o julgamento que sofreu abuso de um rapaz 15 anos mais velho, que a avó levou para dentro de casa. Isso teria ocorrido pelo menos três vezes. 
O abuso teria contribuído para o desvio de personalidade de Francisco? Ilana Casoy diz que sim. "Em mais de 80% dos casos de criminosos em série houve abuso sexual na infância." No caso de Chagas, as vítimas tinham sempre as mesmas características - físicas e sociais - que ele um dia teve. Eram meninos franzinos e pobres. "Em cada vítima, Chagas via a criança que foi", diz Maria Adelaide. "Ele queria matar o próprio passado." Chagas afirma que nunca sentiu remorso pelos assassinatos. Nem tinha pena das vítimas ou de suas famílias (leia a entrevista). As declarações de que ouvia ordens de uma voz seriam uma forma de ele responsabilizar alguém, uma força superior, pelo que fez. "Fica mais fácil viver consigo mesmo", diz Ilana. Outra característica de Chagas é a inteligência. Ele concluiu apenas a primeira parte do ensino fundamental (a antiga 4a série primária). Mesmo assim, fala com desenvoltura e um universo vocabular acima da média de seu grupo social. O teste de coeficiente de inteligência (QI) indicou pontuação de 105 - um nível considerado excelente para quem tem seu histórico.
Os policiais dizem que Chagas fazia uma espécie de jogo com eles. Seus relatos sobre as mortes seguiam um ciclo de evolução. Primeiro, ele dizia não se lembrar de nada. A cada descoberta do inquérito com que era confrontado, afirmava: "Aí, você me pegou nessa". E dava uma nova informação como "prêmio" aos investigadores. Os psicólogos não têm dúvida de que ele tenha matado todos os 42 meninos. Citam a "assinatura" peculiar de cada homicida em série. E afirmam que ele não só assumiu os homicídios como identificou os locais das mortes e forneceu detalhes que só poderiam ser descritos por quem participou delas. "Na localização dos corpos, a diferença entre os locais apontados por Chagas e os que foram levantados nas perícias era de apenas 50 centímetros", diz o promotor Maia. Isso levou à revisão de processos antigos. Cinco pessoas haviam sido presas pelos assassinatos no Maranhão, e uma delas tinha sido condenada. Os processos foram revistos.
Mas o caso não está encerrado. A polícia do Pará não aceita as conclusões dos maranhenses. Lá, o caso é tratado como uma série de 19 vítimas, entre mortes, mutilações e tentativas de violação. Há um processo que julgou sete acusados e condenou seis deles por matar os garotos e mutilá-los em rituais de magia negra. Eles faziam parte de uma seita chamada L.U.S. A presidente da seita, Valentina de Andrade, autora do livro Deus, a Grande Farsa, foi a única absolvida. Hoje, vive na Argentina, onde fica a sede da seita. Dos seis condenados, dois estão presos, três fugiram e suspeita-se de que um deles esteja morto. "Francisco Chagas é uma farsa", afirma Rosa Pessoa, presidente da associação dos familiares das vítimas e mãe de um dos meninos mortos no Pará. "Acreditamos que ele possa fazer parte do grupo que matou as crianças. Mas ele nunca poderia ter agido sozinho. O que está se querendo fazer é acobertar os poderosos", diz. Ela se refere a dois médicos e uma empresária suspeitos dos assassinatos.
O que reforça a tese dos paraenses é que houve pelo menos cinco ataques parecidos em Altamira quando Chagas já estava no Maranhão. Levado a Altamira para ajudar a localizar os corpos de desaparecidos, ele indicou um local errado. "Só havia ossadas de animais no lugar que ele mostrou", diz Maria Raimunda dos Santos, tia de um dos meninos mortos. Ela integra um comitê em defesa da vida das crianças altamirenses, formado após a tragédia por parentes das vítimas. Uma hipótese é que Chagas tenha tido contato com os membros da seita, aprendido sua técnica macabra e replicado os assassinatos no Maranhão. Chagas afirma que conhecia apenas de vista um dos condenados pelas mortes no Pará. "Ele é um dos culpados", diz Antônia Melo, do comitê. "O que as famílias querem é que todos os condenados sejam presos." 
Na prisão, Chagas diz sentir que Deus "ainda tem alegria" para ele Francisco das Chagas recebeu ÉPOCA no presídio de segurança máxima de São Luís, na cela isolada em que vive há nove meses. A direção da casa teme que os outros presos o ataquem, se tiverem contato com ele.

ÉPOCA - Foi justa sua condenação?
Francisco das Chagas 
- A Justiça está fazendo o trabalho dela e foi correta. Só que, no meu entendimento, é preciso julgar a pessoa pelo lado da solidariedade, pelo lado mais humano. Não só olhar pelo lado da maldade. O que aconteceu comigo pode acontecer com qualquer um. O "bicho" está lá fora solto. Nós todos poderemos ser tentados a qualquer momento.
ÉPOCA - Ao júri, você contou uma versão de uma infância sofrida, sem os pais, com maus-tratos e abuso sexual. Seu passado justifica os crimes que você cometeu?
Chagas 
- Eu não gosto muito de falar da minha infância. Ninguém gosta de falar de sofrimento. Eu não tive carinho de pai, atenção, aquele amor que a criança precisa. Com 4 anos meu pai se largou da minha mãe. Depois minha mãe morreu. Minha avó materna foi criar a gente. Eu fui uma criança que nunca teve o prazer de ganhar um presente. E desejaria que o povo brasileiro pudesse dar atenção a seus filhos. Quando eu tinha 6 anos de idade, minha avó chamou um rapaz para morar lá com a gente. Isso foi uma coisa que eu guardei, escondi da minha família. Por vergonha. Quando minha avó ia fazer compra na cidade, esse rapaz por umas três vezes abusou de mim. Eu contei essas histórias agora porque me perguntaram. Mas não quer dizer que as coisas que aconteceram sejam desculpa para o que eu fiz.
ÉPOCA - Qual era o sentido do ritual nas mortes que você praticou?
Chagas
 - Eu não sou homossexual. Eu me sinto muito revoltado quando me chamam disso. Eu gosto é de mulher, meu negócio é mulher. Isso aí não importa. Eu não praticava sexo com a vítima. Isso não é verdade.
ÉPOCA - A polícia achou sêmen seu...
Chagas
 - Isso não é verdade. Se fosse, eu dizia.
ÉPOCA - Como começaram as mortes?
Chagas
 - Eu nunca tive desejo de fazer mal a ninguém. Sempre fui uma pessoal normal. Quando eu tinha uns 20 anos, comecei a sentir aquela diferença em mim mesmo. Não tinha mais aquele amor. Existia uma voz que falava comigo, sim. As pessoas acham que isso é loucura. Mas não é.
ÉPOCA - Você se arrependeu?
Chagas
 - Quando eu estava naquela confusão, não sentia arrependimento de nada, não. As pessoas dizem: isso é um monstro. Mas isso que aconteceu comigo pode acontecer com qualquer um que está aí fora.
ÉPOCA - Você queria ser perdoado?
Chagas
 - Uma mãe lá no júri disse que podia até me perdoar, mas só depois de fazer picadinho de mim. Como é que uma pessoa dessa Deus pode perdoar? Deus deu seu único filho para o sacrifício. Se a pessoa não perdoa seu próximo, Deus não pode perdoar essa pessoa.
ÉPOCA - Se você não tivesse sido descoberto, voltaria a matar?
Chagas
 - Não sei. Acredito que não. Isso aí tinha uma determinação certa. Agora passou. Eu não sou uma pessoa má.
ÉPOCA - Se pudesse voltar no tempo, o que faria diferente?
Chagas
 - Eu ia ser uma pessoa tranqüila e feliz. Jamais ia fazer uma coisa má com ninguém, pois já sei a reação que existe quando a gente faz uma maldade. Eu sou uma pessoa que ainda pensa em ser feliz. Ainda quero ser um cidadão respeitador. E quero ser respeitado como as pessoas me respeitavam. Eu pensei em dar fim a minha vida. Mas uma coisa me disse que Deus ainda tem alegria para mim. Eu não vou recorrer da sentença. Só quero que Deus me dê outra chance.


Fonte: Época

"Mataram a mulher?" A gênese do linchamento que chocou o Brasil

AVISO:O que você vai ler a seguir é revoltante:


No dia em que seria espancada até a morte por uma multidão furiosa, Fabiane Maria de Jesus acordou ansiosa para estrear sua nova aparência. Cansada da longa cabeleira negra, mandara cortá-la à altura do pescoço e, na noite anterior, logo que o marido saiu para seu trabalho noturno, resolveu mudar a cor dos cabelos. Descoloriu-os com água oxigenada e pintou-os de loiro. Eles ganharam uma cor de fogo, entre o vermelho e o amarelo. Concluída a mudança visual, Fabiane tomou o remédio para dormir que lhe fora receitado havia três semanas, e adormeceu de cabelos novos na sua última noite de mulher faceira. De manhã cedo, vestiu um short jeans, uma blusa tomara que caia e uma jaqueta, também de jeans, e colocou um boné para esconder os cabelos novos. Pronta, pegou a bicicleta e saiu para passear. Sua sogra, Maria de Jesus, que mora no andar de cima da casa, percebeu no ar o movimento matinal de Fabiane:
— Eu senti o cheiro do perfume dela.
Precipitou-se até a varanda do andar de cima para lhe falar, mas Fabiane já dobrava a esquina de bicicleta.
Foi a última vez que a viu.

Era quase meio-dia, Fabiane já passara na casa de uma prima e já pedalara pela Praia das Pitangueiras quando resolveu ir até o serviço do marido, que ainda não tinha visto seus cabelos novos. Jaílson, seis anos mais velho que Fabiane, trabalhava à noite na portaria da colônia de férias do Banespa, na Praia das Astúrias. Costumava voltar para casa antes da 1 da tarde. Naquele dia, quando Fabiane chegou, ele acabara de deixar o trabalho.

— Soube depois que fazia uns dez minutinhos que eu tinha saído quando ela chegou — diz o viúvo.
Foi a última vez que se desencontraram.

No fim da tarde daquele sábado, 3 de maio de 2014, Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, casada, mãe de duas meninas, uma de 12 anos e a outra de apenas 1 ano, estava internada na UTI do Hospital Santo Amaro, no Guarujá, litoral de São Paulo, em estado gravíssimo, depois de passar quase uma hora sendo amarrada, arrastada, chutada e espancada por uma multidão que a confundiu com uma mulher que, diziam, andava sequestrando crianças para arrancar-lhes o coração em rituais de magia negra. Após resistir por 36 horas, Fabiane morreu na manhã de segunda-feira, 5 de maio. Seu corpo, dentro de um caixão branco e cor-de-rosa, está na última gaveta do cemitério Jardim da Paz, a G-119. Não há cemitério feliz, mas há cemitérios mais tristes que outros. Ali, as sepulturas são de uma simplicidade precária, com flores de plástico e anjinhos de gesso encardido, e as datas de nascimento e morte nas lápides informam a alarmante juventude dos mortos.

 No dia 24 de abril, quinta-feira, apareceu um alerta tenso no Facebook, a rede social que Morrinhos inteiro conhece e acessa. A sequestradora fora vista num bairro ali perto. O perigo estava próximo”


Morrinhos é um bairro da periferia do Guarujá onde moram 20 000 pessoas. Dividido em quatro partes, as duas primeiras têm casas de alvenaria, ruas pavimentadas e um comércio que pendura no umbral das portas as mercadorias à venda. As outras duas são mais pobres, com ruas de terra, esgoto a céu aberto, barracos de madeira ou zinco erguidos sobre palafitas numa área de mangue, e uma violência endêmica. Os rumores sobre a sequestradora de crianças apareciam e sumiam na periferia, mas em abril de 2014 começaram a ganhar proporções inauditas e um clima de pânico baixou sobre Morrinhos. Habituadas à insegurança pública e à ausência da polícia, as mães começaram a proibir os filhos de brincar na rua. Algumas decidiram não mandá-los mais à escola. Uns ouviam que a sequestradora arrancava o coração das crianças. Outros, que arrancava também os olhos dos pequenos.

No dia 24 de abril, quinta-feira, apareceu um alerta tenso no Facebook, a rede social que Morrinhos inteiro conhece e acessa. Uma usuária escreveu um post informando que a sequestradora fora vista na Maré Mansa, bairro ali perto. O perigo estava próximo. No dia seguinte, a página do Guarujá Alerta, serviço que havia tempos denunciava crimes e dava dicas de segurança no Facebook, informou que “uma mulher está raptando crianças para realizar magia negra”. O post acrescentou que a mulher estaria atuando na região de Praia do Pernambuco, Maré Mansa, Vila Rã e Areião, tudo no Guarujá, nada longe de Morrinhos. Ele trazia o retrato falado da criminosa, e concluía: “Durante toda essa semana recebemos diversas mensagens de seguidores sobre o fato. Se é boato ou não, devemos ficar alertas”.

O aviso do Guarujá Alerta provocou uma cascata interminável de reações de raiva, medo ou ameaça. Um usuário disse que pensava que a história da sequestradora era boato, mas interpretou o post do Guarujá Alerta como uma confirmação. Outro perguntou onde havia fotos “desse monstro”. Outro disse que se ela aparecesse em Morrinhos ia “tomar só rajada, essa cachorra”. Outro pediu uma foto “dessa bruxa” e avisou que “ela vai ter o que merece”. Outro disse que o caso estava deixando “pais e filhos assustados aqui no bairro”. Outro avisou que, se a mulher aparecesse no seu bairro, ela seria linchada, a “vagabunda”, “safada”, “essa pilantra”, “coração de pedra”, “sua possuída”. Outro avisou que a mulher era procurada no Paraná, onde havia tentado sequestrar “uma criança em uma creche em Pontal do Paraná”. Outro, com uma certeza cheia de pontos de exclamação, informou que “acabaram de sequestrar uma criança no bairro do Areião!!!!!!!!!”. Outro comentou que “tem que matar essa mulher”. Outro avisou que “falam que ela tem um Fox preto”. Outro aproveitou para dizer que uma mulher vestida de enfermeira andava espetando uma seringa nas pessoas para infectá-las com o vírus HIV. Outro disse que “na última terça-feira” tinham encontrado duas crianças mortas no bairro da Maré Mansa, “ambas sem o coração”. Outro garantiu que a sequestradora “pegou um menino daqui do nosso bairro”. As conversas se prolongaram por onze páginas, todas depois recolhidas pela polícia e anexadas ao inquérito.

No dia 27 de abril, domingo, o Facebook fervilhava. Uma usuária, que se identificou como Noelia dos Santos, disse que “tem uma sequestradora de crianças pela redondeza” e também divulgou um retrato falado. Explicou que ela sequestrava sozinha e “em alguns casos ela chega até a tomar a criança dos braços da mãe à força”. Informava que a criminosa já pegara “mais ou menos umas 37 crianças para fazer magia negra”. Seu post foi largamente compartilhado. A revolta desdobrou-se em adjetivos: “vagabunda, tem que morrer”, “quem é essa vaca?”, “vadia”. Alguém disse que ela era morena. E alguém replicou que ela havia tingido os cabelos de loiro “para disfarçar”.

No dia 29 de abril, terça-feira, a página do Guarujá Alerta divulgou um post extenso, com três links, mostrando dessa vez que era tudo boato. Não havia nenhuma sequestradora de crianças no Guarujá nem nas redondezas. Morrinhos podia continuar sua vida em paz. Já na abertura, o post afirmava que muitos usuários não leriam o comunicado até o fim, mas dizia que deveriam fazê-lo para não sair “por aí ajudando a espalhar ainda mais um boato”. Dizia que não havia nenhum boletim de ocorrência de criança sequestrada, nem de crianças encontradas mortas sem coração. Um link dava acesso a uma matéria que afirmava que o boato vinha do Rio de Janeiro. Outro mostrava que a foto da “sequestradora” era usada por uma “página de humor no Facebook” que já fora curtida por “mais de 937 000” pessoas. O terceiro link levava a uma reportagem que informava que na cidade de Três Rios, no Rio de Janeiro, circulava o mesmo boato com o mesmo retrato falado. E alertava: “Infelizmente, muitas pessoas usam as redes sociais sem nenhuma responsabilidade”. E terminava frisando: “Então, mais uma vez, tudo isso não passa de uma enorme mentira para assustar a população”.

O administrador da página do Guarujá Alerta é um jovem que mora com a família e depôs sob segredo de Justiça. Nos autos do processo, ele é a “Testemunha A”. Ele conta que divulgou o post no dia 25 de abril informando sobre o boato e o retrato falado da tal sequestradora, mas “duas ou três horas depois”, alertado de que talvez fosse um boato, retirou tudo do ar e foi pesquisar o assunto. Quatro dias depois, postou o extenso aviso com os três links, informando que era boato. “Fiz isso porque o assunto tinha virado febre na cidade”, diz. “Recebi mensagem de uma diretora falando que tinha suspendido as aulas porque a sequestradora estava na porta da escola. Outra mulher dizia que a sobrinha tinha sido sequestrada. Não parava. Eu dizia para a minha mãe: ‘Mãe, não aguento mais, isso não para nunca’.” Mas o desmentido caiu no vazio. Os avisos e confirmações de que havia, sim, uma criminosa à solta não paravam de pipocar no Facebook. Diz a Testemunha A: “Eu nem lia mais os posts. Respondia já no automático: ‘é boato, é boato, é boato, é boato’ ”.

Diante da força diabólica dos boatos e da credulidade apressada de uma população desamparada, nenhum desmentido surtia efeito. A Testemunha A teve a ideia de pedir à Polícia Militar que divulgasse uma nota à imprensa colocando as coisas nos devidos lugares. Ele reproduziria a nota na sua página e quem sabe conseguiria conter os rumores. Mas a PM achou que o assunto não lhe dizia respeito, pois não recebera nada “oficialmente”. Com a omissão policial, os 20 000 moradores de Morrinhos continuaram às tontas com um boato que aterrorizava parte da população e cujo desfecho viria a ser o episódio mais dramático da história da comunidade.



Quando não encontrou o marido na colônia de férias do Banespa, Fabiane voltou para Morrinhos, a comunidade onde cresceu cercada por parentes. De bicicleta, passou na Igreja São João Batista, perto de sua casa, para apanhar a Bíblia que esquecera ali dias antes. Foi até o trabalho de uma irmã, em uma pequena mercearia, mas não a encontrou. Quando ia para a casa de uma prima, resolveu parar num bar. Ali, naquele bar em Morrinhos, perto da Padaria Central, a história evapora-se num mistério. O que aconteceu dentro do bar, ou na porta do bar, ou na frente do bar é uma incógnita que a investigação policial não esclareceu. A versão mais divulgada diz que, na frente do bar, Fabiane ofereceu uma banana a uma criança da rua, e alguém tomou seu gesto como o início de um sequestro. Essa versão, ainda que seja a mais veiculada pela imprensa, não é confirmada por nenhuma testemunha no inquérito policial. A outra, segundo a qual a Bíblia que Fabiane carregava foi confundida com um livro de magia negra, também não é corroborada por nenhuma testemunha.
O que se sabe é que Fabiane pintara os cabelos no dia anterior. Que, mesmo sendo uma antiga moradora de Morrinhos, quem a viu de longe não a reconheceu com aqueles cabelos curtos e claros. Que as vozes do boato no Facebook espalharam que a sequestradora era morena, mas ficara loira “para disfarçar”. Que os usuários da rede social também divulgaram, junto ao retrato falado da suposta sequestradora, a fotografia colorida da criminosa. Que a fotografia era de uma mulher de cabelos curtos, encaracolados e loiros que havia morado em Morrinhos alguns anos atrás, coincidência que pode ter sido um acaso dramático, ou algum usuário do Facebook teve a ideia demoníaca de escolher a foto da ex-namorada para dar mais credibilidade ao boato.

Só uma testemunha, interrogada pela polícia, apresentou uma versão mais ou menos completa sobre o começo do linchamento de Fabiane. Maria das Dores Alves de Souza, 50 anos, a dona do bar, diz que Fabiane entrou no seu estabelecimento, pediu um copo e sentou-se à mesa de um homem com quem compartilhou uma cerveja. Quem é o homem? Maria das Dores diz que era um “doidinho”, que nunca mais apareceu no bar. Jaílson, o viúvo, diz que sua mulher não tinha o hábito de beber e evitava o álcool desde que começara a tomar remédios para conter uma crise de transtorno bipolar. Maria das Dores era, ela própria, uma das suspeitas de ter atiçado a multidão contra Fabiane. Ela nega. Diz que estava no fundo do bar, temperando o frango que vendia aos domingos, quando ouviu alguém dizendo que Fabiane era a sequestradora de crianças do Facebook. A polícia descobriu apenas que, em algum momento, uma voz feminina gritou a senha para o massacre:
— É eeeeeelaa!
A multidão caiu em cima de Fabiane.
Há várias imagens do linchamento, captadas por celulares, que podem ser vistas na internet. São cenas curtas, filmadas por pessoas diferentes, de ângulos diferentes, sem uma sequência lógica, mas compõem a narrativa brutal do que Fabiane sofreu no tumulto dos seus últimos momentos de vida.
Uma cena: Fabiane está sentada no chão de terra, zonza, rosto banhado de sangue, alguém a interroga, ela tenta abrir os olhos, abre apenas um, balbucia algo.
Outra: ela está sendo carregada pelos pés e mãos, uma multidão a segue aos gritos, xingando, berrando, clamando por sua morte.

Outra: ela está de bruços, no meio da rua, o rosto enterrado no chão, alguém levanta sua cabeça pelos cabelos, confere seu rosto, e bate sua cabeça de volta no chão.
Outra: ela está deitada no chão, um rapaz bate com o pneu da bicicleta contra sua cabeça, uma, duas vezes.

Outra: alguém a arrasta pelo chão, puxada por um fio elétrico amarrado em seu pulso esquerdo, seu corpo vai rasgando o chão de terra, inerte.

Outra: ela está estirada no chão, de barriga para cima, o braço direito abandonado ao longo do corpo inanimado, o outro braço um pouco mais aberto. Nada nela se move. Está morta, ou inconsciente, desmaiada. As pessoas cercam seu corpo, olham, falam, mas mantêm uma certa distância, como se tivessem medo de ficar perto da morte. De repente, ela começa a erguer lentamente a cabeça. “Ela está viva, ela está viva.” Mas o peso da cabeça é excessivo, ela desfalece de novo. Volta a ficar imóvel.

Cena final: ela está com os pés e as mãos amarrados, de bruços, numa passarela de madeira a 1 metro do chão, alguém a empurra para fora da passarela, ela rola e cai sobre um colchão velho no meio do lixo, seu corpo imóvel, e então alguém se aproxima com um pedaço de pau de 1 metro de comprimento e desfere uma pancada brutal na sua cabeça. No meio da multidão, ouve-se uma voz:

– Mataram a mulher?
Na recognição visuográfica, em que o policial relata tudo o que viu e soube na cena do crime, consta a seguinte descrição: “Os moradores então passaram a agredi-la covardemente com pedaços de pau, caibros, cordas, chutes e ainda a arrastaram por vários metros até jogá-la em cima de um colchão”. Uma testemunha, Jonas Tiago Andrade, disse à polícia que “até crianças portavam facas no intuito de machucar a moça”. Outra, que confessou ter agredido Fabiane, contou que “várias crianças estavam com madeira na mão” ameaçando bater na vítima.

O corpo de Fabiane, segundo o laudo necroscópico, tinha “escoriações nos joelhos direito e esquerdo, coxa direita, ombro direito, antebraço direito e nariz” e “ferimentos corto-contusos no frontal esquerdo, parietal esquerdo e lateral do lábio”. No exame interior, o legista viu “extensa hemorragia intra e extradural, fratura nas regiões parietais direita e esquerda e contusão pulmonar à esquerda com hemorragia no hemitórax esquerdo”. Em linguagem comum: quebraram o crânio de Fabiane e provocaram sangramento dentro da cabeça, além de sangramento no lado esquerdo do tórax. A causa da morte: “traumatismo cranioencefálico e fratura de crânio”. Se tivesse sobrevivido, ela poderia ficar com sequelas graves e permanentes.

 
GAVETA G-119 - O sepultamento de Fabiane, no cemitério Jardim da Paz, que teve ampla cobertura da imprensa (Foto: Rogério Soares)


Na madrugada do dia 13 de março de 1964, Kitty Genovese, uma jovem de 28 anos, foi atacada por um desconhecido que lhe deu duas facadas nas costas e fugiu. Pouco depois, o criminoso voltou, encontrou a jovem no chão e esfaqueou-a de novo, estuprou-a e levou 49 dólares. Na meia hora que durou o martírio de Genovese, noticiou-se na época que 38 vizinhos ouviram seus gritos e nada fizeram. A indiferença escandalizou Nova York e despertou o interesse de dois psicólogos. Queriam entender as razões da apatia dos espectadores enquanto Genovese era assassinada. Descobriu-se mais tarde que menos pessoas ouviram seus gritos, e não 38, e houve até quem tivesse chamado a polícia. Ainda assim, os pesquisadores prosseguiram com o estudo e fizeram uma constatação surpreendente: quanto mais gente estiver no local de um crime ou acidente, menor a chance de a vítima ser socorrida. O paradoxo não decorre da indiferença humana ao sofrimento alheio, mas da redução de responsabilidade individual que todos nós sentimos quando estamos em multidão.

O “efeito espectador”, ou “efeito Genovese”, como ficou conhecido esse comportamento de aparente apatia, pode explicar por que tantas pessoas agrediram Fabiane ou incitaram a agressão contra ela e tão poucas tentaram socorrê-la. O advogado Airton Sinto, que trabalha para a família de Fabiane, acha que havia entre 200 e 300 pessoas no ato de linchamento. Uma das testemunhas calcula que havia até 1 000 pessoas. Outra estima que, no momento em que a polícia chegou, já com Fabiane inconsciente sobre o colchão no lixo, havia 3 000 pessoas. Não se sabe o número exato, porém duas coisas são certas: nem todos ali tinham certeza de que a mulher linchada era a criminosa, mas contam-se nos dedos os que tentaram defendê-la.

Jonas Andrade, a testemunha que fala de crianças armadas com facas, estava no seu barraco, nas palafitas do mangue, quando ouviu a gritaria lá fora. Viu “uma multidão caminhando pelas palafitas, arrastando uma mulher, que foi jogada bem em frente à sua casa”. Em seu depoimento, ele diz que tentou dissuadi-los alegando que não havia prova contra Fabiane. Nesse momento, “um rapaz” pegou “um pedaço de madeira e a golpeou violentamente na cabeça”. Andrade tentou impedir, mas não conseguiu. Durante 28 minutos, entre 14h26 e 14h54, o serviço da Polícia Militar recebeu onze telefonemas de onze números diferentes denunciando o linchamento e pedindo socorro.
 
Quando os policiais chegaram, a multidão os impediu de socorrer Fabiane. Alguém tomou a iniciativa de mediar um acordo: os policiais poderiam ajudá-la desde que a imprensa acompanhasse tudo. A multidão aceitou, a imprensa foi chamada. Camila Monique Cunha Vieira, 28 anos, outra testemunha, diz que estava no meio da multidão, junto com sua irmã e sua mãe, viu Fabiane sendo agredida e achou que não era a mesma pessoa da foto divulgada no Facebook. A transcrição do depoimento de Camila Monique explica por que elas não ajudaram Fabiane: “A depoente alega que nada podiam fazer, pois a multidão estava enraivecida, e, caso fossem fazer a defesa da mulher, com toda a certeza seriam agredidas, pois todos tinham convicção de que ela era a sequestradora”. O padeiro Roberto Carlos dos Santos, 28 anos, também morador das palafitas, reconheceu a própria voz nos vídeos em poder da polícia ordenando que ninguém batesse “na mulher porque nada tinha sido comprovado”. Não adiantou nada.

UM SUSPEITO - Valmir Dias Barbosa, 50 anos, pai de cinco filhos e autor confesso da “paulada na cabeça da vítima” (Foto: Fernanda Luz/Tribuna de Santos)


No Brasil, a cada dia ocorrem quatro linchamentos, ou tentativas de linchamento, numa rotina de brutalidade que só rivaliza com os pontos mais infernais do planeta. Mas a morte de Fabiane teve repercussão incomum. Os jornais a noticiaram em toda a largura das páginas, o enterro de Fabiane teve ampla cobertura, o Fantástico, da Rede Globo, exibiu reportagem de oito minutos e meio no domingo seguinte. O choque nacional se devia à brutalidade do linchamento, exposta cruamente nas imagens de celular, e também ao equívoco que levou a multidão a linchar a “pessoa errada”. Fabiane era uma dona de casa pacata, casada havia dezesseis anos, religiosa que frequentava a Igreja de São João Batista, mãe amorosa de duas filhas. Se a multidão tivesse linchado a “pessoa certa”, talvez o crime do Guarujá tivesse sumido sob o mesmo silêncio que cobre a imensa maioria dos linchamentos que ocorrem no país.
 
MAIS DOIS SUSPEITOS - Carlos Alex Oliveira de Jesus, 25 anos, e Lucas Rogério Fabrício Lopes, 20 anos (Foto: Fernanda Luz/Tribuna de Santos)


Das 300, ou 1 000, ou 3 000 pessoas presentes, a polícia indiciou cinco. Todos homens, e todos, à exceção de um, admitiram algum grau de envolvimento. Lucas Rogério Fabrício Lopes, “20 anos, branco, ajudante-geral”, reconheceu ter batido com a bicicleta em Fabiane, mas disse que não teve “intenção de matar ninguém”. Jair Batista dos Santos, “36 anos, pardo, carpinteiro”, disse que jogou Fabiane da passarela, mas o fez para protegê-la da fúria coletiva. Carlos Alex Oliveira de Jesus, “25 anos, branco, sem profissão definida”, afirmou ter levantado a cabeça de Fabiane pelos cabelos, quando ela estava de bruços, e depois ter batido “com a cabeça dela no chão”. Abel Vieira Batalha Junior, “19 anos, pardo, sem profissão definida”, nega qualquer agressão. Valmir Dias Barbosa, “50 anos, branco, sem profissão definida”, pai de cinco filhos, confessou ter dado “uma paulada na cabeça da vítima”, mas ressalvou que sua motivação “não foi de matar, mas apenas de revolta”. Todos estão presos à espera de julgamento.

O sociólogo José de Souza Martins, autor de Linchamentos — A Justiça Popular no Brasil, calcula que, nos últimos sessenta anos, entre 1 milhão e 1,5 milhão de brasileiros participaram de um linchamento ou tentativa de linchamento. É um sintoma de desagregação social, mas não é só coisa de desordeiros. Também envolve gente que está numa busca desesperada por ordem e segurança, gente que está exausta com a incompetência do poder e das instituições para garantir a paz social. Essas pessoas lincham para punir o criminoso, para vingar-se. As pesquisas mostram que, em geral, os linchamentos duram de cinco a vinte minutos, contam com mais de 200 pessoas, ocorrem em lugares abertos, nas grandes cidades, e as vítimas são homens. No bairro em que já houve um linchamento, é mais provável que haja outro, como se a consciência social daquela comunidade estivesse rompida. Um ano depois do linchamento de Fabiane, A Tribuna, que circula no Guarujá, noticiou que as redes sociais difundiam novo boato sobre um casal de sequestradores em São Vicente, no litoral paulista. O jornal dizia que era só boato. A Testemunha A recebeu e-mail de um amigo. Dizia: “Está começando tudo de novo”.

A Testemunha A não foi indiciada. Fechou a página do Guarujá Alerta, perdeu o emprego, escondeu-se com medo de agressões, até mudou de cidade por um tempo, mas voltou para o Guarujá. Conta que um dia viu Jaílson, o viúvo, na fila de uma casa lotérica, mas não falou com ele. Hoje, sua rotina voltou a incluir o mundo digital. “Mexo nas redes sociais normalmente.” Jaílson, que há quatro anos doou seu computador a um centro espírita, está novamente conectado. “Mandei montar um computador, porque sai mais barato”, disse. Como monitor, usa sua TV de 32 polegadas. O advogado Airton Sinto sugeriu ao deputado federal Ricardo Izar que apresentasse um projeto criminalizando quem difunde boatos na internet. O projeto está em tramitação. A rua onde mora a mãe de Fabiane, em Morrinhos, chamava-se Travessa 222. Por iniciativa de um vereador amigo da família, chama-se agora “Rua Fabiane Maria de Jesus”. A bicicleta que Fabiane usava quando foi linchada nunca mais apareceu. 

Veja

"Assassino do Facebook" é condenado a prisão perpétua


O americano conhecido como "assassino do Facebook", por ter confessado o crime e publicado fotos do corpo de sua esposa na rede social antes de se render às autoridades, foi condenado nesta sexta-feira à prisão perpétua em Miami.

A juíza Yvonne Colodny impôs a pena a Derek Medina, 33 anos, que foi considerado culpado em novembro passado por assassinato em segundo grau (homicídio), por ter matado a tiros a esposa, Jennifer Alfonso, em agosto de 2013 na cozinha da casa onde eles viviam.

O caso atraiu a atenção para o fato de que antes de se render à polícia, Medina tirou fotos do corpo de sua esposa de 27 anos e postou em sua página no Facebook, onde também publicou a confissão do crime.

"Você adivinhou seu futuro. Escreveu no Facebook 'vou para a prisão', e é para lá que você vai", disse a juíza Colodny para Medina, vestindo um macacão laranja, usado pelos presidiários.
Durante a audiência, Medina foi desafiador. "Eu não tive um julgamento justo e vou reagir", disse. "Só Deus sabe a verdade", acrescentou.

"Eu sofro todos os dias, tenho saudades da minha filha", disse a mãe de Alfonso, Carolyn Sabe, um dos vários parentes da mulher assassinada que falaram na audiência em Miami.

Durante o julgamento, os advogados de Medina alegaram legítima defesa, ao garantir que o acusado disparou contra a esposa depois de anos de abuso e no meio de uma briga em que a mulher estava segurando uma faca na mão.

Mas o júri acreditou na versão dos promotores, que defenderam que o incidente ocorreu depois que Alfonso ameaçou se separar e destacaram a crueldade de Medina, que disparou oito tiros contra a mulher.

Com Yahoo

Adolescente confessa ter mandado matar os pais e o irmão no RS

Polícia Civil RS / Divulgação fonte:Terra


Um crime macabro mandado por uma adolescente lembra a história de Suzanne Von Richthofen, chocou a pequena cidade de três Coroas, no Rio Grande do Sul. Uma adolescente de 17 anos foi apreendida após confessar à polícia ter planejado e mandado executar o assassinato dos pais e do irmão mais velho. Conforme a polícia, a família da jovem foi atingida enquanto dormia, durante a madrugada, dentro da casa da família. 

O caso teve requintes de crueldade. Conforme o delegado Ivanir Moschen, que responde pelo caso, um dos executores dos crimes foi o ex-namorado da jovem, de 16 anos. Junto com dois cúmplices, ele desferiu golpes de machado, martelo e facas contra a família da adolescente. Como apenas a jovem não foi ferida, as suspeitas recaíram sobre ela, que ao ser interrogada não negou o crime.  


Adolescente e um dos cúmplices já detidos pela polícia
Foto: Polícia Civil RS / Divulgação
Sabendo que o irmão estava internado em estado gravíssimo, a jovem teria afirmado que "queria que ele morresse". A justificativa seria o posicionamento também contrário do rapaz de 19 anos em relação ao namoro dos adolescentes. Os dois homens envolvidos no crime, de 21 e 37 anos, foram detidos em flagrante e já tiveram a prisão preventiva decretada. Eles seriam amigos do casal de adolescentes e teriam se solidarizado com o relacionamento proibido. 


A jovem já havia registrado queixas contra os pais na polícia em outras ocasiões, sendo que os casos foram analisados e considerados corriqueiros pela investigação. Os adolescentes tiveram a internação determinada pelo Ministério Público e estão recolhidos em Novo Hamburgo e Porto Alegre. O pai da jovem passou por atendimento médico e já foi liberado. A mãe está internada em estado regular e o irmão, de 19 anos, segue em estado gravíssimo no hospital de Canoas.
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